Esta conflagração
teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mais precisamente em
1947, quando o presidente americano Henry Truman faz um discurso no Congresso
americano, afirmando que os Estados Unidos poderia intervir em governos não
democráticos.
Esta época ficou
assim conhecida porque ambos os países nunca se enfrentaram diretamente num
conflito bélico.A Guerra Fria termina com a Queda do Muro de Berlim (1989) e o
fim da União Soviética, em 1991. Os Estados Unidos foram os vencedores deste peculiar
conflito, pois sua situação econômica era superior à russa.
Charge ironizando o
mundo dividido entre Estados Unidos e União Soviética
Em
1947, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, o presidente
americano Harry Truman proferiu um discurso no Congresso americano. Nele,
afirmava que os Estados Unidos se posicionariam a favor das nações livres que
desejassem resistir às tentativas de dominação externa.
No
mesmo ano, o secretário de Estado americano, George Marshall, lançou o Plano
Marshall, que propunha a ajuda econômica aos países da Europa Ocidental.
Afinal, os partidos de esquerda cresciam devido ao desemprego e a crise
generalizada, e os Estados Unidos temiam perdê-los para a URSS.
Como
resposta, a União Soviética criou oKominform, organismo encarregado de
conseguir a união dos principais partidos comunistas europeus. Também era sua
tarefa afastar da supremacia norte-americana os países sob sua influência,
gerando o bloco da “cortina de ferro”.
Além
disso, foi criado em 1949, o Comecon, uma espécie de Plano Marshall para os
países socialistas.
EXPANSÃO DA GUERRA FRIA
Ao
fim das negociações entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial, a Europa
ficou dividida em duas partes. Estas correspondiam ao limite do avanço de
tropas soviéticas e americanas durante a guerra.
Aparte
oriental, ocupada pelos soviéticos, tornou-se área de influência da União
Soviética.Os partidos comunistas locais, apoiados pela URSS, passaram a exercer
o poder nesses países. Estabeleceram as chamadas democracias populares na
Albânia, Romênia, Bulgária, Hungria, Polônia e Checoslováquia.Na Europa,
somente a Iugoslávia estabeleceu um regime socialista independente da União
Soviética.
Por
outro lado, aparte ocidental, ocupada
principalmente por tropas inglesas e norte-americanas, ficou sob a influência
dos Estados Unidos. Nessa área, consolidaram-se democracias liberais, com
exceção das ditaduras na Espanha e em Portugal.
As
duas superpotências buscavam ampliar suas áreas de influência no mundo,
intervindo direta ou indiretamente nos assuntos internos destes países.
OTAN e o Pacto de Varsóvia
A
Guerra Fria foi também responsável pela formação, em 1949, de duas alianças
politico-militares:
a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN);
o
Pacto de Varsóvia.
A
OTAN era composta inicialmente por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França,
Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Portugal e
Itália. Mais tarde juntaram-se Alemanha Ocidental, Grécia e Turquia, opondo
toda a Europa Ocidental à União Soviética.
Em
1955, em represália, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, para impedir
o avanço capitalista na sua área de influência. No ano de sua fundação faziam
parte URSS, Albânia, Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria,
Polônia e Romênia.
Os
dois pactos tinham em comum o compromisso de mútua proteção entre seus membros,
pois entendiam que a agressão a um deles atingiria a todos.O Pacto de Varsóvia
desapareceu entre 1990 e 1991, em consequência do fim dos regimes socialista do
Leste europeu. Como consequência, a OTAN perdeu o significado que lhe deu
origem.
DISPUTAS NA GUERRA FRIA
No
início dos anos 60, a construção do Muro de Berlim, em 1961; e a crise dos mísseis, em 1962,
provocaram o aumento das tensões internacionais.
O
muro dividiu a cidade de Berlim entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental. O
objetivo era impedir a saída de profissionais e trabalhadores qualificados que
deixavam a socialista Alemanha Oriental em busca de melhores condições de vida
na capitalista Alemanha Ocidental.
CRISE DOS MÍSSEIS (1962)
Por
outra parte, a crise dos mísseis teve origem na pretensão soviética de instalar
bases e lançamento de mísseis em Cuba. Se isto se concretizasse, seria uma
ameaça constante para os Estados Unidos.
A
reação americana se fez imediata, através de um bloqueio naval sobre Cuba, o
único país da América que havia adotado o regime socialista. O mundo conteve a
respiração, pois nesse momento, as chances de uma terceira guerra mundial eram
reais.As negociações foram tensas, mas os soviéticos desistiram de colocar os
mísseis em Cuba. Em troca, os Estados Unidos fez o mesmo nas suas bases na
Turquia, seis meses depois.
CORRIDA ESPACIAL
Outra
característica da Guerra Fria foi a Corrida Espacial.Muito dinheiro, tempo e
estudo foram investidos pela URSS e pelos EUA para saber quem dominaria a
órbita terrestre e o espaço.
Os
soviéticos saíram na frente, em 1957, com os satélites Sputnik, mas os
americanos os alcançaram e fizeram o primeiro homem caminhar em solo lunar, em
1969.
A
corrida espacial não incluía somente o objetivo de levar pessoas ao espaço.
Também fazia parte do projeto desenvolver armas de longo alcance, como mísseis
intercontinentais e escudos espaciais.
O FIM DA GUERRA FRIA (1991)
Os
historiadores atribuem dois acontecimentos importantes para o fim da Guerra
Fria: a queda do Muro de Berlim, em 9 novembro de 1989 e o fim da União
Soviética, em 1991.O conflito ideológico só foi terminado graças às negociações
estabelecidas por Ronald Reagan e Mikahil Gorbachev durante a década de 80.
A
queda do Muro de Berlim foi o marco visível que simbolizou o fim dos regimes
socialistas no Leste europeu. Após sua derrubada, os regimes socialistas foram
caindo um a um, e em outubro de 1990, as duas Alemanhas foram finalmente
unificadas.
Igualmente,
a desintegração da União Soviética, em 1991, inaugurou um novo período na
história mundial, dando início ao processo de implantação do capitalismo em
todos os países do globo.
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GEOGRAFIA
USO DA TERRA E REGIONALIZAÇÃO DA ÁSIA
A relação sociedade-natureza: uso da
terra na Ásia
O ser humano depende da Natureza em diversos
aspectos. Nós também somos parte da Natureza, embora cada vez mais envoltos no
nosso “mundo artificializado”. O suprimento de recursos naturais para
alimentação humana direta e indireta; alimento de animais para consumo humano
direto e indireto; uso para transformação industrial e produção de materiais
artificiais ou semiartificiais; produção energética; lazer e recreação.
São muitas as formas de
exploração/utilização dos recursos naturais pelos seres humanos. Entretanto,
pouco refletimos acerca dos impactos de nossas ações individuais e coletivas,
locais e globais na Natureza. Cada vez mais precisamos pensar nesses aspectos
para construir uma sociedade sustentável.
O uso da terra/solo é
caracterizado pela sua multiplicidade. Ou seja, os diferentes níveis de
desenvolvimento técnico-científico-informacional de determinadas sociedades
influenciam as formas de exploração dos recursos naturais. Da rudimentar enxada
às colheitadeiras mecânicas que usam GPS (Sistema de Posicionamento Global, em
sua tradução do inglês) e Wi-Fi, todas apresentam certos impactos
socioambientais.
Na figura anterior,
vemos técnicas diferentes de uso da terra para fins agrícolas. Plantio e
cuidados manuais em propriedades familiares; uso de colheitadeira em grandes
propriedades; aplicação de pesticidas por trabalhador em monocultura de
hortaliça; e monocultura de cana-de-açúcar.
Cada uma apresenta
impacto ambiental diferente. Assim, a relação sociedade-natureza hoje está
baseada no acesso à terra, à tecnologia e as consequências dessas interações
(ser humano e máquina) na exploração dos recursos naturais.
Assim como em todos os
continentes, o uso da terra na Ásia está influenciado pelos fatores geográficos
do clima – relevo, maritimidade, continentalidade, correntes marinhas – além
dos tipos de solos (solos férteis, inférteis ou passíveis de aplicação de
fertilizantes), disponibilidade de água, mão-de-obra, mercado consumidor (se
for o caso) ou uso apenas pela família, acesso a financiamento público ou
privado, aquisição e uso de tecnologias que aumentem a produtividade (máquinas,
sistema de irrigação etc).
Interpretando a figura
acima: leia a legenda e associe as cores com as localizações no mapa. É
possível perceber que as áreas identificadas como “Estepe e deserto ou
semiárido” abundam em muitas regiões asiáticas. Nelas, poucos cultivos são
identificados pois, devido às suas características climáticas, apenas espécies
adaptadas conseguem se reproduzir facilmente.
Em “Área cultivada”,
destacam-se as planícies e planaltos da Índia, China, Coreia do Sul e do Norte,
Japão, Rússia, Bangladesh e Indonésia. Os tipos de cultivos são variados devido
à conjunção de fatores – disponibilidade de água, solos férteis, chuvas
constantes e rios perenes.
As regiões onde
florestas e campos predominam, abrangem diversos países, principalmente os
localizados no Sudeste asiático – Indonésia, Malásia, Brunei, Filipinas, Laos,
Tailândia e Mianmar.
Por meio do acesso à
maior tecnologia e devido ao aumento do impacto das ações humanas no ambiente,
o uso da terra/solo gera consequências nocivas para a produtividade agrícola,
com reflexos na qualidade de vida dos trabalhadores do campo e no ambiente. A
poluição dos solos, do ar e das fontes de água; a contaminação dos seres
humanos que consomem esses produtos (bebem água contaminada e comem a comida
irrigada com essa mesma água, devido à falta de fontes alternativas limpas
próximas), são reflexos das ações humanas.
A figura acima
representa o impacto das ações humanas no ambiente: quanto mais vermelho, maior
o impacto; quanto mais verde, menor o impacto. É possível perceber que as áreas
produtivas agrícolas, que também são áreas de grande densidade populacional,
com cidades com milhões de habitantes e parques industriais, são as que
apresentam os maiores impactos socioambientais.
As regiões montanhosas,
os desertos e estepes apresentam impacto reduzido. Isso pode ser explicado pela
baixa produtividade agrícola e dificuldades para a ocupação humana nessas
regiões.
Nesse contexto, podemos
dizer que o uso da terra na Ásia é complexo, influenciado pelas características
ambientais e climáticas e, consequentemente, impactam o ambiente de maneiras
variadas.
·
Regionalização da Ásia
Regionalizar é
dividir o espaço em recortes com características similares. É importante para
compreender as peculiaridades existentes em cada porção da superfície terrestre
(ver figura abaixo).
A figura anterior
apresenta a regionalização da Ásia em: Ásia Setentrional, que corresponde à
porção asiática da Rússia; Países do Cáucaso: Geórgia, Armênia e Azerbaijão;
Ásia Central: Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão,
Afeganistão e Quirguistão; Ásia Meridional: Paquistão, Índia, Bangladesh,
Butão, Nepal, Sri Lanka e Maldivas; Sudeste Asiático (ou Ásia do Sudeste):
Mianmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia, Indonésia, Filipinas,
Brunei, Timor-Leste e Cingapura; Ásia Oriental: China, Mongólia, Coreia do
Norte, Coreia do Sul, Taiwan e Japão; Oriente Médio (ou Ásia Ocidental): Turquia,
Líbano, Síria, Israel, Palestina, Jordânia, Iraque, Arábia Saudita, Kuwait,
Catar, Barein, Emirados Árabes Unidos, Omã, Iêmen e Irã.
São países tão diversos
que não é possível definir as características gerais de um país asiático, muito
menos de suas populações. Por isso, regionalizar o continente em regiões com
países que apresentam características similares é relevante para a compreensão
setorial e geral da Ásia.
RESUMINDO:
·
O uso da terra varia de acordo com os
fatores climáticos;
·
A Natureza influencia, de forma direta e
indireta, no uso da terra;
·
As tecnologias alteraram e aprofundaram
os impactos ambientais;
·
As ações humanas impactam o ambiente;
·
Os impactos ambientais geram
consequências aos seres humanos;
·
Há regiões mais propícias do que outras
para a produção agrícola;
·
A ocupação do espaço pelo ser humano
varia de acordo com fatores ambientais;
·
Regionalizar é dividir o espaço de
acordo com características similares;
·
A Ásia apresenta características
variadas;
·
A Ásia é divida em regiões com
características semelhantes.
ATIVIDADES:
01. Explique a relação entre o uso da
terra e os fatores climáticos na Ásia (4 linhas).
02. Como as técnicas agrícolas
influenciam o impacto humano no ambiente? (3 linhas).
03. Apresente três impactos das ações
humanas no ambiente. (5 linhas).
04. O que justifica a regionalização da
Ásia? (3 linhas).
05. Como o ambiente
influencia os cultivos e a ocupação do território pelos seres humanos? (4
linhas).