HISTÓRIA
CONTEÚDO: POPULISMO (1945 à 1964)
Parte 1:
Parte 2:
SEMANA: (03 à 06/11)
Antecedentes do período democrático
É no ano
de 1945 quando a ditadura de Vargas, o Estado Novo, chega ao fim. A
descentralização dos poderes vira palavra de protesto dos oposicionistas de
Vargas, assim como o direito ao voto e a liberdade de expressão. Diante do
sucesso da grande campanha da oposição por uma nova Constituição, o governo
varguista cede e encaminham-se eleições diretas, assim como uma nova Assembleia
Constituinte. Nesse momento ocorre o retorno da organização civil em partidos, trazendo
novas siglas para o jogo político.
A nova
Constituição, que é a quinta da história brasileira, mantém a CLT e enfatiza a
tripartição e independência dos três poderes. Além disso, assegura o voto
secreto para homens e mulheres alfabetizados, institui o mandato presidencial
de cinco anos e sem reeleição, entre outras medidas. O primeiro presidente
eleito após o Estado Novo e que inaugurou o período democrático foi o marechal
Eurico Gaspar Dutra, pelo PSD, ainda com mandato de seis anos, de acordo com a
Constituição de 1937.
Dutra (1946-1951)
Eurico
Gaspar Dutra ganhou a primeira corrida presidencial após o Estado Novo
brasileiro pelo PSD. Mas, sua agenda política parecia estar mais próxima da
UDN. Dutra fez questão de demonstrar seu alinhamento político com o bloco
capitalista no cenário mundial. Exemplos disso foram a ruptura de laços
diplomáticos com a URSS (o que não ocorreu nem mesmo durante a ditadura de
segurança nacional) e a proibição da atuação do PCB.
Dutra
tinha um plano desenvolvimentista para o Brasil, isto é, para dar continuidade
à industrialização do país. Sua ideia era obter empréstimos internacionais com
o governo estadunidense para desenvolver a economia brasileira. Contudo, seu
plano não deu certo, pois os EUA estavam muito mais preocupados em conter um
possível avanço comunista na Europa ocidental por meio do Plano Marshall do que
atender o já aliado governo brasileiro.
O capital
estrangeiro entra, mas o desenvolvimento não vem. Nessa época, o Brasil viveu
uma alta inflação com a inundação de produtos importados. Com tal desilusão,
Dutra promove a criação do plano SALTE, que previa investimentos em áreas
estratégicas: Saúde, Alimentos, Transporte e Energia. Porém, com os recursos
governamentais em escassez o plano não conseguiu ser plenamente aplicado.
Getúlio Vargas (1951-1954)
Após a
experiência do governo Dutra, retornam as eleições diretas e, mais uma vez,
Vargas chega à presidência, desta vez por meios democráticos. Sua eleição,
diferentemente do antecessor, é vencida com larga vantagem. Essa situação é
atribuída ao culto popular de sua imagem e pelos direitos trabalhistas
assegurados. Porém, o cenário internacional não é mais o mesmo e Vargas precisa
lidar com o espaço de direito da oposição interna.
Ele tenta
colocar em prática uma postura de negociador na política internacional,
procurando atender interesses nacionalistas ao passo em que tentava barganhar
com os estadunidenses. É neste período também que surgiu a campanha “O Petróleo
é Nosso”, que culminou na criação da Petrobrás. Contudo, o governo
estadunidense não apreciou essa postura nacionalista, principalmente vindo de
um presidente tão negociador, e passa a fazer pressão contra o governo
brasileiro.
Internamente,
Vargas também viu dificuldades em lidar com as críticas da oposição. Um exemplo
disso foi o episódio conhecido como Crime da Rua Tonelero, em que Carlos
Lacerda, da UDN, sofreu um atentado contra sua vida. Lacerda escapou sem
ferimentos fatais, diferentemente do Major Rubem Vaz que o acompanhava.
Rapidamente, ligou-se o atentado a Gregório Fortunato, chefe de segurança de
Vargas. A pressão foi tamanha que Vargas acabou cometendo suicídio com um tiro
no peito, deixando uma carta testamento afirmando, dentre outras
coisas, que saía “da vida para entrar na história”.
Juscelino Kubitschek (1956-1961)
Tendo sua
posse garantida, entre outras coisas, pela atuação do marechal Henrique Lott,
Juscelino Kubitschek colocou em prática sua agenda política desenvolvimentista.
Entre as principais características de seu projeto estava a atração de capitais
estrangeiros, principalmente europeus. O slogan de seu projeto político
econômico era “50 anos em 5”, afirmando que este seria o grau de
desenvolvimento que seu governo pretendia atingir.
Juscelino
investiu na construção de hidrelétricas (Furnas e Três Marias), na extração de
petróleo, na expansão da malha rodoviária e na ampliação da oferta de veículos
(de empresas estrangeiras). O feito mais memorável de seu governo talvez seja a
construção de Brasília enquanto capital federal, antes localizada na cidade do
Rio de Janeiro. Entende-se que o principal objetivo com essa manobra era
expandir o desenvolvimento econômico que estava restrito ao litoral e
aproximar-se de todas as regiões do país.
Apesar de
defender um nacional desenvolvimentismo (industrialização nacional por meio da
ação do Estado em parceria com a iniciativa privada), o seu governo não foi
sinônimo de sucesso. O saldo final foi o aumento da inflação, aumento da
desigualdade com estagnação de salários, ampliação da dívida externa e aumento
da população urbana com o êxodo rural.
Jânio Quadros (1961)
É apenas
com Jânio Quadros que a UDN consegue eleger um presidente brasileiro. Porém,
ele acabou não atuando da forma que o partido esperava em muitos aspectos. O
governo de Jânio durou cerca de 6 meses, mas foi marcado por muitas polêmicas.
Sua campanha pautava-se no combate a corrupção, crime do qual JK foi muito acusado
pelos opositores.
Jânio
demonstrou-se um conservador nos costumes, proibindo biquínis em desfiles de
moda e restringindo a prática de apostas. Ao mesmo tempo, demonstrou-se aberto
a negociações internacionais, dialogando tanto com nações socialistas como
membros do bloco capitalista.
Essa era
a Política Externa Independente (PEI), que estabelecia alianças com nações que
pudessem contribuir para o desenvolvimento brasileiro. Tantas controvérsias
fomentaram críticas de diversas direções, inclusive de seu próprio partido. Em
agosto de 1961, Jânio renunciou à presidência, deixando uma carta onde citava a
pressão sofrida pelos opositores.
Figura: Jânio Quadros
condecorando “Che” Guevara com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul,
símbolo de alta homenagem do governo brasileiro. Fonte: http://twixar.me/DdL1.
João Goulart (1961-164)
O último
presidente deste período democrático, João Goulart já era conhecido na política
brasileira antes de ocupar a cadeira de presidente da república. Conterrâneo de
Getúlio Vargas, também foi ministro do trabalho do ex-presidente, onde ficou
conhecido principalmente por propor o aumento de 100% do salário mínimo no ano
de 1954. Jango, seu apelido, era filiado ao PTB e, como era vice de Jânio
Quadros, acabou o substituindo. É importante lembrar que a Constituição de 1946
estipulava candidaturas separadas para os cargos de presidente e de vice.
De cara
sua posse foi contestada pelos oposicionistas, principalmente da UDN, apesar de
estar dentro da legalidade. Militares sob a influência da doutrina
estadunidense de segurança nacional propuseram o veto de sua posse. Porém,
foram contestados por líderes e grupos legalistas, como foi o caso de Leonel
Brizola, governador do Rio Grande do Sul.
Um meio
termo encontrado nessa disputa foi a instalação de um sistema parlamentarista,
no qual Jango dividiria o governo com um primeiro ministro indicado pelo
Congresso. Tancredo Neves foi o nome escolhido, mas o sistema parlamentarista
não duraria muito devido ao estranhamento provocado pela mudança. Em 1963,
através de um plebiscito, o Brasil retornou ao presidencialismo com Jango no
poder.
Acusado
de ser comunista pela ala da direita, já que durante a renúncia de Jânio
estivera em viagem a China e por tentar dialogar com organizações de esquerda,
João Goulart teve dificuldades em governar. Além dos esforços de entidades
privadas como o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES) e o Instituto
Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) de combater políticos de esquerda, a inflação
também atormentou sua gestão. Através de uma série de medidas denominadas
“Reformas de Base”, que incluía reforma agrária, tributária, eleitoral, urbana
e educacional, Jango buscava garantir a confiança da maioria da população.
Ocorre
que na virada de março para abril de 1964, setores militares oposicionistas
encaminham um golpe conduzindo tropas saídas de Juiz de Fora (MG) em direção à
Brasília. Sendo avisado a tempo, Jango decide não reagir temendo derramamento
de sangue e, após buscar sua família, partiu para um exílio voluntário no
Uruguai. Terminava o período democrático no Brasil e iniciava a primeira etapa
de uma ditadura militar que vigorou no Brasil por 21 anos, até 1985.
ATIVIDADES
PROPOSTAS
Link: Atividade Semanal - Populismo
GEOGRAFIA
CONHECENDO O CONTINENTE
ASIÁTICO
Ásia:
características físico-ambientais
A Ásia é o maior
continente em extensão territorial e também o mais populoso (ver figura 1). É
caracterizada pela diversidade de ambientes, culturas e realidades. Seus 45
países apresentam contextos diversos, abrangendo desertos, regiões úmidas,
climas de alta montanhas, dentre outros.
Essas características
fazem da Ásia um continente de grande expressão global. Muitos de seus países
apresentam importante papel na economia, com parques industriais e produção
científica de relevância. China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita,
Indonésia, Irã, Cingapura, dentre outros, são países com realidades diversas,
mas possuem algo em comum: são extremamente importantes para a geopolítica
contemporânea.
Na figura, vemos a porcentagem das
terras emersas no Planeta por continente. A Ásia é destaque, seguido de América
e África. Este imenso território apresenta características peculiares e
relevantes para a compreensão da produção do espaço pelo ser humano ao longo da
história.
Habitado há milhares de
anos por várias espécies humanas (ver figura a seguir), o continente asiático
foi e continua sendo um espaço de importantes acontecimentos: domesticação de
plantas e animais; fixação humana; construção de grandes cidades com milhares
de anos de ocupação; inovações na produção agrícola; inovações tecnológicas;
surgimento e complexificação das maiores religiões (Cristianismo, Islamismo,
Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Zoroastrismo, Sikhismo, dentre outras).
A figura acima apresenta o modelo
hipotético de espalhamento de algumas espécies humanas, incluindo os Homo
Sapiens (agora, a única espécie humana).
Atualmente, seus 45
países (ver figura a seguir) continuam inovando e contribuindo para o
desenvolvimento das potencialidades humanas. Se há milhares de anos a Ásia era
o berço de grandes civilizações que construíram edificações grandiosas e
deixaram seu legado até a contemporaneidade, o continente continua sendo espaço
de grandes transformações. Revoluções, inovações
técnico-científicas-informacionais, inovações produtivas e de logística,
técnicas e métodos avançados de ensino, dentre outros fatores, impulsionam
alguns países asiáticos a um papel cada vez mais relevante.
Na figura acima, mapa
político-administrativo do continente asiático. Representa os países do
continente. De quais deles você já ouviu falar?
· Clima e vegetação:
Em razão de sua extensão, apresenta climas e vegetações variadas. Estes são influenciados pelos fatores climáticos – relevo, longitude, latitude, maritimidade, continentalidade, albedo, correntes marítimas – em decorrência da variedade de ambientes na Ásia (ver figura abaixo).
Na figura, vemos os tipos de climas
presentes na Ásia. Cada tipo climático é produto das interações dos fatores climáticos
já citados. Eles influenciam o clima regional e global. A ocupação humana e a
exploração dos recursos naturais, ao longo da história, esteve influenciada a
climas propícios ou a adaptações necessárias (desertos, por exemplo).
Os tipos de clima e
vegetação influenciam a ocupação do espaço. Antes das técnicas modernas de
agricultura e produção de alimentos em áreas inóspitas, os seres humanos
costumavam habitar regiões com elevada precipitação, solos férteis e
relativamente planos ou pouco acidentadas.
· Relevo
Relevo é o conjunto de feições (formas) da crosta terrestre formados pela ação dos agentes internos (tectonismo, vulcanismo, terremotos) e externos (erosão por meio da ação dos ventos, do calor do Sol, das águas e dos seres vivos). Ao longo de bilhões de anos, a Terra passa por mudanças produzidas por esses agentes modeladores do relevo, que atuam constantemente. Isso quer dizer que nosso Planeta continua mudando.
·
Limite Divergente:
as placas estão em processo de separação: o magma vindo do interior da Terra
causa o afastamento das placas tectônicas e, consequentemente, a formação de
uma nova crosta oceânica. Exemplos: Dorsal Mesoatlântica (ver figuras a
seguir).
·
Limite Transformante:
as placas deslizam horizontalmente uma ao lado da outra. São chamadas “Zonas de
Conversação”, pois não há destruição nem formação de novas crostas. Ex.: Falha
de San Andreas, EUA (ver figuras abaixo).
·
Limite Convergente:
as placas se encontram e colidem. Nesses limites, uma das placas mergulha por
baixo da outra e retorna à astenosfera. Ex.: Cordilheira dos Andes, oeste da
América do Sul (ver figuras abaixo).
No continente asiático
ocorrem todas as formas de relevo: planícies, planaltos, montanhas e depressões
(absolutas e relativas). Essa diversidade de relevo influencia nas paisagens,
vegetação, hidrografia e na ocupação humana do espaço.
A Ásia apresenta relevo
variado, com destaque para os planaltos, as planícies e as montanhas. Com
formações diferentes, exercem influências na ocupação do espaço pelos humanos,
apresentando certos graus de facilidade ou limitação para as civilizações,
principalmente no acesso aos recursos naturais.
Como vimos
anteriormente, o relevo influencia de forma significativa o clima e a
vegetação. Em regiões montanhosas, as temperaturas tendem a ser elevadas e a
vegetação de baixo porte. Consequentemente, devido à essas condições, são
necessárias adaptações para a o desenvolvimento da vida humana nesses espaços.
No continente asiático,
as planícies e planaltos concentram áreas de grande interesse socioeconômico:
são onde se localizam as grandes cidades, os parques industriais e as áreas
produtivas agrícolas. São aí onde se desenvolveram grandes civilizações, como a
babilônica, suméria, persa, as civilizações indo-gangéticas, as dinastias que
ocuparam o espaço hoje chinês, dentre outros.
Assim, as interações
sociedade-natureza se fazem presentes com disparidades: há países com variados
níveis de desenvolvimento socioeconômico, não relacionados apenas com a
disponibilidade ou ausência de recursos naturais.
RESUMINDO:
·
A Ásia é um continente diverso;
·
O relevo influencia o clima e a
vegetação;
·
Os fatores climáticos influenciam a
ocupação do espaço pelos seres humanos;
·
A Terra está em constante transformação;
·
O relevo é consequência das ações dos
agentes modeladores internos e externos da Terra.
01. Explique as relações existentes
entre relevo, clima e vegetação (4 linhas).
02. Dê exemplos de influencias dos
fatores climáticos para a humanidade. (4 linhas).
03. As placas tectônicas apresentam
movimentos diferentes, que influenciam a formação e o tipo de relevo no mundo.
Sendo assim, defina e dê exemplos dos seguimentos movimentos de placas
tectônicas:
A) Limite convergente (3 linhas).
B) Limite divergente (3 linhas).
C) Limite transformante (3 linhas).
04. Descreva a relação
sociedade-natureza levando em conta as seguintes situações:
A) Sociedade sustentável (4 linhas).
B) Sociedade de consumo (4 linhas).
05. O Mar de Aral, localizado no
continente asiático, banhava/banha o Cazaquistão e o Uzbequistão. Durante o
período soviético, houve a introdução da irrigação nessa região, que utilizava
suas águas. Com o passar dos anos, e devido às mudanças climáticas globais, os
efeitos foram implacáveis e seus impactos socioambientais sentidos pelas
comunidades próximas.
A) Explique a sequência de imagens do
Mar de Aral de 2000 a 2018 (2 linhas).
B) Quais possíveis fatores, além da
irrigação e da elevação da temperatura mundial, influenciaram esse fenômeno? (4
linhas)
Melhores matérias, melhores professores, não poderia ser melhor...
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