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9°Ano: Laboratórios 17/09

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

9ºANO: HISTÓRIA E GEOGRAFIA: (09 A 13/11)



HISTÓRIA

CONTEÚDO: POPULISMO (1945 à 1964)

Parte 1:

Parte 2:


SEMANA: (03 à 06/11)

 

Antecedentes do período democrático

É no ano de 1945 quando a ditadura de Vargas, o Estado Novo, chega ao fim. A descentralização dos poderes vira palavra de protesto dos oposicionistas de Vargas, assim como o direito ao voto e a liberdade de expressão. Diante do sucesso da grande campanha da oposição por uma nova Constituição, o governo varguista cede e encaminham-se eleições diretas, assim como uma nova Assembleia Constituinte. Nesse momento ocorre o retorno da organização civil em partidos, trazendo novas siglas para o jogo político.

A nova Constituição, que é a quinta da história brasileira, mantém a CLT e enfatiza a tripartição e independência dos três poderes. Além disso, assegura o voto secreto para homens e mulheres alfabetizados, institui o mandato presidencial de cinco anos e sem reeleição, entre outras medidas. O primeiro presidente eleito após o Estado Novo e que inaugurou o período democrático foi o marechal Eurico Gaspar Dutra, pelo PSD, ainda com mandato de seis anos, de acordo com a Constituição de 1937.

Dutra (1946-1951)

Eurico Gaspar Dutra ganhou a primeira corrida presidencial após o Estado Novo brasileiro pelo PSD. Mas, sua agenda política parecia estar mais próxima da UDN. Dutra fez questão de demonstrar seu alinhamento político com o bloco capitalista no cenário mundial. Exemplos disso foram a ruptura de laços diplomáticos com a URSS (o que não ocorreu nem mesmo durante a ditadura de segurança nacional) e a proibição da atuação do PCB.

Dutra tinha um plano desenvolvimentista para o Brasil, isto é, para dar continuidade à industrialização do país. Sua ideia era obter empréstimos internacionais com o governo estadunidense para desenvolver a economia brasileira. Contudo, seu plano não deu certo, pois os EUA estavam muito mais preocupados em conter um possível avanço comunista na Europa ocidental por meio do Plano Marshall do que atender o já aliado governo brasileiro.

O capital estrangeiro entra, mas o desenvolvimento não vem. Nessa época, o Brasil viveu uma alta inflação com a inundação de produtos importados. Com tal desilusão, Dutra promove a criação do plano SALTE, que previa investimentos em áreas estratégicas: Saúde, Alimentos, Transporte e Energia. Porém, com os recursos governamentais em escassez o plano não conseguiu ser plenamente aplicado.

Getúlio Vargas (1951-1954)

Após a experiência do governo Dutra, retornam as eleições diretas e, mais uma vez, Vargas chega à presidência, desta vez por meios democráticos. Sua eleição, diferentemente do antecessor, é vencida com larga vantagem. Essa situação é atribuída ao culto popular de sua imagem e pelos direitos trabalhistas assegurados. Porém, o cenário internacional não é mais o mesmo e Vargas precisa lidar com o espaço de direito da oposição interna.

Ele tenta colocar em prática uma postura de negociador na política internacional, procurando atender interesses nacionalistas ao passo em que tentava barganhar com os estadunidenses. É neste período também que surgiu a campanha “O Petróleo é Nosso”, que culminou na criação da Petrobrás. Contudo, o governo estadunidense não apreciou essa postura nacionalista, principalmente vindo de um presidente tão negociador, e passa a fazer pressão contra o governo brasileiro.

Internamente, Vargas também viu dificuldades em lidar com as críticas da oposição. Um exemplo disso foi o episódio conhecido como Crime da Rua Tonelero, em que Carlos Lacerda, da UDN, sofreu um atentado contra sua vida. Lacerda escapou sem ferimentos fatais, diferentemente do Major Rubem Vaz que o acompanhava. Rapidamente, ligou-se o atentado a Gregório Fortunato, chefe de segurança de Vargas. A pressão foi tamanha que Vargas acabou cometendo suicídio com um tiro no peito, deixando uma carta testamento afirmando, dentre outras coisas, que saía “da vida para entrar na história”.

Juscelino Kubitschek (1956-1961)

Tendo sua posse garantida, entre outras coisas, pela atuação do marechal Henrique Lott, Juscelino Kubitschek colocou em prática sua agenda política desenvolvimentista. Entre as principais características de seu projeto estava a atração de capitais estrangeiros, principalmente europeus. O slogan de seu projeto político econômico era “50 anos em 5”, afirmando que este seria o grau de desenvolvimento que seu governo pretendia atingir.

Juscelino investiu na construção de hidrelétricas (Furnas e Três Marias), na extração de petróleo, na expansão da malha rodoviária e na ampliação da oferta de veículos (de empresas estrangeiras). O feito mais memorável de seu governo talvez seja a construção de Brasília enquanto capital federal, antes localizada na cidade do Rio de Janeiro. Entende-se que o principal objetivo com essa manobra era expandir o desenvolvimento econômico que estava restrito ao litoral e aproximar-se de todas as regiões do país.

Apesar de defender um nacional desenvolvimentismo (industrialização nacional por meio da ação do Estado em parceria com a iniciativa privada), o seu governo não foi sinônimo de sucesso. O saldo final foi o aumento da inflação, aumento da desigualdade com estagnação de salários, ampliação da dívida externa e aumento da população urbana com o êxodo rural.

Jânio Quadros (1961)

É apenas com Jânio Quadros que a UDN consegue eleger um presidente brasileiro. Porém, ele acabou não atuando da forma que o partido esperava em muitos aspectos. O governo de Jânio durou cerca de 6 meses, mas foi marcado por muitas polêmicas. Sua campanha pautava-se no combate a corrupção, crime do qual JK foi muito acusado pelos opositores.

Jânio demonstrou-se um conservador nos costumes, proibindo biquínis em desfiles de moda e restringindo a prática de apostas. Ao mesmo tempo, demonstrou-se aberto a negociações internacionais, dialogando tanto com nações socialistas como membros do bloco capitalista.

Essa era a Política Externa Independente (PEI), que estabelecia alianças com nações que pudessem contribuir para o desenvolvimento brasileiro. Tantas controvérsias fomentaram críticas de diversas direções, inclusive de seu próprio partido. Em agosto de 1961, Jânio renunciou à presidência, deixando uma carta onde citava a pressão sofrida pelos opositores.




Figura: Jânio Quadros condecorando “Che” Guevara com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, símbolo de alta homenagem do governo brasileiro. Fonte: http://twixar.me/DdL1.

 

João Goulart (1961-164)

O último presidente deste período democrático, João Goulart já era conhecido na política brasileira antes de ocupar a cadeira de presidente da república. Conterrâneo de Getúlio Vargas, também foi ministro do trabalho do ex-presidente, onde ficou conhecido principalmente por propor o aumento de 100% do salário mínimo no ano de 1954. Jango, seu apelido, era filiado ao PTB e, como era vice de Jânio Quadros, acabou o substituindo. É importante lembrar que a Constituição de 1946 estipulava candidaturas separadas para os cargos de presidente e de vice.

De cara sua posse foi contestada pelos oposicionistas, principalmente da UDN, apesar de estar dentro da legalidade. Militares sob a influência da doutrina estadunidense de segurança nacional propuseram o veto de sua posse. Porém, foram contestados por líderes e grupos legalistas, como foi o caso de Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul.

Um meio termo encontrado nessa disputa foi a instalação de um sistema parlamentarista, no qual Jango dividiria o governo com um primeiro ministro indicado pelo Congresso. Tancredo Neves foi o nome escolhido, mas o sistema parlamentarista não duraria muito devido ao estranhamento provocado pela mudança. Em 1963, através de um plebiscito, o Brasil retornou ao presidencialismo com Jango no poder.

Acusado de ser comunista pela ala da direita, já que durante a renúncia de Jânio estivera em viagem a China e por tentar dialogar com organizações de esquerda, João Goulart teve dificuldades em governar. Além dos esforços de entidades privadas como o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) de combater políticos de esquerda, a inflação também atormentou sua gestão. Através de uma série de medidas denominadas “Reformas de Base”, que incluía reforma agrária, tributária, eleitoral, urbana e educacional, Jango buscava garantir a confiança da maioria da população.

Ocorre que na virada de março para abril de 1964, setores militares oposicionistas encaminham um golpe conduzindo tropas saídas de Juiz de Fora (MG) em direção à Brasília. Sendo avisado a tempo, Jango decide não reagir temendo derramamento de sangue e, após buscar sua família, partiu para um exílio voluntário no Uruguai. Terminava o período democrático no Brasil e iniciava a primeira etapa de uma ditadura militar que vigorou no Brasil por 21 anos, até 1985.

ATIVIDADES PROPOSTAS

Link: Atividade Semanal - Populismo

 

 

 


GEOGRAFIA: CONHECENDO O CONTINENTE ASIÁTICO

GEOGRAFIA

 

CONHECENDO O CONTINENTE ASIÁTICO

 

Ásia: características físico-ambientais

 

A Ásia é o maior continente em extensão territorial e também o mais populoso (ver figura 1). É caracterizada pela diversidade de ambientes, culturas e realidades. Seus 45 países apresentam contextos diversos, abrangendo desertos, regiões úmidas, climas de alta montanhas, dentre outros.

Essas características fazem da Ásia um continente de grande expressão global. Muitos de seus países apresentam importante papel na economia, com parques industriais e produção científica de relevância. China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Indonésia, Irã, Cingapura, dentre outros, são países com realidades diversas, mas possuem algo em comum: são extremamente importantes para a geopolítica contemporânea.



Na figura, vemos a porcentagem das terras emersas no Planeta por continente. A Ásia é destaque, seguido de América e África. Este imenso território apresenta características peculiares e relevantes para a compreensão da produção do espaço pelo ser humano ao longo da história.

Habitado há milhares de anos por várias espécies humanas (ver figura a seguir), o continente asiático foi e continua sendo um espaço de importantes acontecimentos: domesticação de plantas e animais; fixação humana; construção de grandes cidades com milhares de anos de ocupação; inovações na produção agrícola; inovações tecnológicas; surgimento e complexificação das maiores religiões (Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Zoroastrismo, Sikhismo, dentre outras).

A figura acima apresenta o modelo hipotético de espalhamento de algumas espécies humanas, incluindo os Homo Sapiens (agora, a única espécie humana).

Atualmente, seus 45 países (ver figura a seguir) continuam inovando e contribuindo para o desenvolvimento das potencialidades humanas. Se há milhares de anos a Ásia era o berço de grandes civilizações que construíram edificações grandiosas e deixaram seu legado até a contemporaneidade, o continente continua sendo espaço de grandes transformações. Revoluções, inovações técnico-científicas-informacionais, inovações produtivas e de logística, técnicas e métodos avançados de ensino, dentre outros fatores, impulsionam alguns países asiáticos a um papel cada vez mais relevante.

Entretanto, assim como os demais continentes, apresenta níveis variados de desenvolvimento socioeconômico, o que resulta em desigualdades.


Na figura acima, mapa político-administrativo do continente asiático. Representa os países do continente. De quais deles você já ouviu falar?

 ·         Clima e vegetação:

 Em razão de sua extensão, apresenta climas e vegetações variadas. Estes são influenciados pelos fatores climáticos – relevo, longitude, latitude, maritimidade, continentalidade, albedo, correntes marítimas – em decorrência da variedade de ambientes na Ásia (ver figura abaixo).


Na figura, vemos os tipos de climas presentes na Ásia. Cada tipo climático é produto das interações dos fatores climáticos já citados. Eles influenciam o clima regional e global. A ocupação humana e a exploração dos recursos naturais, ao longo da história, esteve influenciada a climas propícios ou a adaptações necessárias (desertos, por exemplo).


Os tipos de clima e vegetação influenciam a ocupação do espaço. Antes das técnicas modernas de agricultura e produção de alimentos em áreas inóspitas, os seres humanos costumavam habitar regiões com elevada precipitação, solos férteis e relativamente planos ou pouco acidentadas.

 ·         Relevo

 Relevo é o conjunto de feições (formas) da crosta terrestre formados pela ação dos agentes internos (tectonismo, vulcanismo, terremotos) e externos (erosão por meio da ação dos ventos, do calor do Sol, das águas e dos seres vivos). Ao longo de bilhões de anos, a Terra passa por mudanças produzidas por esses agentes modeladores do relevo, que atuam constantemente. Isso quer dizer que nosso Planeta continua mudando.

A atual configuração dos continentes na superfície da Terra resultou de um processo que levou à fragmentação das terras emersas a partir de um bloco único, denominado Pangeia. A teoria da Deriva Continental e das Placas Tectônicas explicam esse deslocamento e os fenômenos que o geraram: as forças internas da Terra movimentam a crosta terrestre, causando deslocamento e choques de placas (ver figuras abaixo), ocasionando movimentos que geram terremotos e vulcões, dentre outros.
 

·         Limite Divergente: as placas estão em processo de separação: o magma vindo do interior da Terra causa o afastamento das placas tectônicas e, consequentemente, a formação de uma nova crosta oceânica. Exemplos: Dorsal Mesoatlântica (ver figuras a seguir).


 

·         Limite Transformante: as placas deslizam horizontalmente uma ao lado da outra. São chamadas “Zonas de Conversação”, pois não há destruição nem formação de novas crostas. Ex.: Falha de San Andreas, EUA (ver figuras abaixo).


·         Limite Convergente: as placas se encontram e colidem. Nesses limites, uma das placas mergulha por baixo da outra e retorna à astenosfera. Ex.: Cordilheira dos Andes, oeste da América do Sul (ver figuras abaixo).



No continente asiático ocorrem todas as formas de relevo: planícies, planaltos, montanhas e depressões (absolutas e relativas). Essa diversidade de relevo influencia nas paisagens, vegetação, hidrografia e na ocupação humana do espaço.

A Ásia apresenta relevo variado, com destaque para os planaltos, as planícies e as montanhas. Com formações diferentes, exercem influências na ocupação do espaço pelos humanos, apresentando certos graus de facilidade ou limitação para as civilizações, principalmente no acesso aos recursos naturais.

Como vimos anteriormente, o relevo influencia de forma significativa o clima e a vegetação. Em regiões montanhosas, as temperaturas tendem a ser elevadas e a vegetação de baixo porte. Consequentemente, devido à essas condições, são necessárias adaptações para a o desenvolvimento da vida humana nesses espaços.

No continente asiático, as planícies e planaltos concentram áreas de grande interesse socioeconômico: são onde se localizam as grandes cidades, os parques industriais e as áreas produtivas agrícolas. São aí onde se desenvolveram grandes civilizações, como a babilônica, suméria, persa, as civilizações indo-gangéticas, as dinastias que ocuparam o espaço hoje chinês, dentre outros.


Assim, as interações sociedade-natureza se fazem presentes com disparidades: há países com variados níveis de desenvolvimento socioeconômico, não relacionados apenas com a disponibilidade ou ausência de recursos naturais.

 

RESUMINDO:

·         A Ásia é um continente diverso;

·         O relevo influencia o clima e a vegetação;

·         Os fatores climáticos influenciam a ocupação do espaço pelos seres humanos;

·         A Terra está em constante transformação;

·         O relevo é consequência das ações dos agentes modeladores internos e externos da Terra.

 

ATIVIDADES PROPOSTAS

01. Explique as relações existentes entre relevo, clima e vegetação (4 linhas).

02. Dê exemplos de influencias dos fatores climáticos para a humanidade. (4 linhas).

03. As placas tectônicas apresentam movimentos diferentes, que influenciam a formação e o tipo de relevo no mundo. Sendo assim, defina e dê exemplos dos seguimentos movimentos de placas tectônicas:

A) Limite convergente (3 linhas).

B) Limite divergente (3 linhas).

C) Limite transformante (3 linhas).

04. Descreva a relação sociedade-natureza levando em conta as seguintes situações:

A) Sociedade sustentável (4 linhas).

B) Sociedade de consumo (4 linhas).

05. O Mar de Aral, localizado no continente asiático, banhava/banha o Cazaquistão e o Uzbequistão. Durante o período soviético, houve a introdução da irrigação nessa região, que utilizava suas águas. Com o passar dos anos, e devido às mudanças climáticas globais, os efeitos foram implacáveis e seus impactos socioambientais sentidos pelas comunidades próximas.



A) Explique a sequência de imagens do Mar de Aral de 2000 a 2018 (2 linhas).

B) Quais possíveis fatores, além da irrigação e da elevação da temperatura mundial, influenciaram esse fenômeno? (4 linhas)































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