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quarta-feira, 17 de junho de 2020

7º ANO: HISTÓRIA E GEOGRAFIA - 3º SEMANA DE JUNHO

  HISTÓRIA
                                                                    
  AS CRUZADAS

O início das Cruzadas ocorreu no final do século XI chegando ao fim no século XIV. As expedições militares tinham como objetivo recuperar o livre acesso a Palestina, região em que estão concentrados vários lugares considerados sagrados pelos cristãos.

O estopim para o início da “Guerra Santa” se deu no momento em que muçulmanos dominaram Jerusalém impedindo o acesso de cristãos à região considerada Terra Santa, onde Jesus nasceu fez suas pregações e foi crucificado.

A invasão desse local sagrado pelos turcos seljúcidas representou uma heresia, já que os cristãos ficaram impedidos de peregrinar pelos locais sagrados de sua religião. Impedir o avanço do islamismo  se tornaria uma das principais missões dos participantes das Cruzadas.

A Convocação do Papa Urbano II

As expedições militares conhecidas como Cruzadas refletem bem a religiosidade impregnada na sociedade medieval. A igreja como a instituição mais poderosa do período se sentiu afrontada quando muçulmanos dominaram a região sagrada do cristianismo.

Jerusalém está para os cristãos como Meca está para os muçulmanos. No ano de 1095, o papa Urbano II convocou os cristãos para reconquistar a Terra Santa que havia sido dominada pelos turcos em 1076.

Membros de todas as classes sociais aceitaram a convocação do líder supremo da Igreja Católica. Nobres, servos, reis, camponeses, desocupados, pessoas comuns partiram para sua missão com a promessa de que em troca desse sacrifício, todos os seus pecados seriam perdoados. Juntamente com o perdão, os cruzados conquistariam também um lugar garantido no paraíso celeste.

Os participantes dessas expedições passaram a ser chamados de “cruzados”, em suas roupas havia uma grande cruz estampada na altura do ombro. A cruz fazia uma referência ao sacrifício e vitória de Jesus Cristo. Apesar do forte caráter religioso que caracterizou o movimento, as Cruzadas também continham causas econômicas e políticas.

Causas

Com a cidade santa do cristianismo tomada pelos muçulmanos, as transações comerciais com o Oriente ficaram prejudicadas. Comerciantes europeus estavam empenhados em recuperar as rotas de comércio com os mercadores orientais, estabelecendo também entrepostos comerciais na região, para isso precisavam voltar a ter o domínio do Mar Mediterrâneo.

Com a diminuição das guerras no período medieval, ocorreu um intenso aumento populacional. Esse crescimento demográfico não foi acompanhado pela melhora na infraestrutura das vilas, o inchaço populacional obrigava uma parcela da população a se abrigar em moradias precárias sem o mínimo de conforto e segurança.

A crescente taxa de natalidade juntamente com a queda dos índices de mortalidade, gerava a necessidade da expansão da agricultura, mas não foi o que aconteceu. A escassez de alimentos e as péssimas condições de vida proporcionou o crescimento de um grupo de excluídos sociais, sem nenhuma perspectiva de inclusão na sociedade medieval. Como a igreja prometeu premiar com alguns bens os participantes da guerra santa, os marginalizados resolveram-se alistar no exército formado pelo clero.

Além de desejar a expansão de seus domínios, a igreja e os comerciantes europeus estavam interessados em dominar o comércio de especiarias orientais. Esses produtos tinham um alto valor comercial na Europa.

A Igreja incentivou as expedições militares de reconquista com a intenção de canalizar toda a força e violência dos guerreiros medievais na reocupação de Jerusalém e expulsão dos muçulmanos. Enquanto as guerras se desenrolavam no oriente, a sociedade europeia desfrutava de uma relativa paz.

Os Resultados das Cruzadas

As cruzadas não se resumiram a uma única expedição, na verdade elas somam um total de oito investidas contra os muçulmanos.

  • Primeira cruzada: Jerusalém é reconquistada pelos cristãos.
  • Segunda cruzada: Com o auxílio de egípcios, os muçulmanos recuperam a Terra Santa.
  • Terceira Cruzada: Um acordo firmado entre cristãos e muçulmanos garante aos cruzados o direito de posse do litoral sírio-palestino.
  • Quarta Cruzada: Os cruzados conquistam a cidade de Constantinopla, a capital oriental do cristianismo. Nesse momento os cristãos lideram ações de saque a templos religiosos, tomando posse de objetos sagrados e valiosos.
  • Quinta Cruzada: Os cristãos são derrotados nas cidades do Cairo e de Damieta, no Egito.
    Sexta Cruzada: os cruzados reconquistam Jerusalém, mas a perdem em 1244.
  • Sétima Cruzada: Os muçulmanos derrotam novamente os cristãos.
  • Oitava Cruzada: Os últimos cruzados são vitimados por uma epidemia e os demais derrotados pelos muçulmanos.

Consequências das Cruzadas

última cruzada representou a derrota definitiva dos cristãos, se por um lado as expedições militares não obtiveram sucesso, por outro contribuiu para importantes mudanças na sociedade medieval.

O enfraquecimento do sistema feudal é um dos resultados das cruzadas, os senhores feudais endividaram-se para montar seus exércitos, além de perderem um grande número de servos que não voltaram da guerra.

Mas esse enfraquecimento do feudalismo já era algo esperado, visto que o crescimento das cidades e a expansão populacional contribuíram para o desenvolvimento de novas práticas econômicas.

Segundo apontam pesquisas de historiadores, cerca de um milhão de pessoas (entre cristãos e muçulmanos) morreram em consequência dos violentos combates durante as Cruzadas.

O comércio pelo Mar Mediterrâneo voltou a dinamizar as relações econômicas com o oriente, principalmente entre as cidades italianas de Gênova e Veneza. Apesar de não ter alcançado os objetivos religiosos e de não ter conseguido conter o avanço do islamismo, as cruzadas deram início a transformações positivas no período medieval.

Além dessa intensificação comercial, as expedições contribuíram para o intercâmbio cultural que estimulou o desenvolvimento literário e artístico, tal como o surgimento das primeiras universidades.

Igreja Medieval começa a se estabelecer

O estabelecimento da Igreja Medieval na sociedade se dá por meados do século V. Presente em diferentes extratos sociais, a Igreja fora capaz, inclusive, de influenciar na organização da época.

Dividida em sociedade medieval, esta abrangia o Clero, Nobreza e Servos. A tríade era o reflexo da Santíssima Trindade (o pai, o filho e o espírito santo) propagada pela Igreja.

Além dos reflexos da própria hierarquia social, havia uma valorização maior do póstero do que a vida terrena. Assim, esta última era desprezada, enquanto a vida nos céus seria o verdadeiro objetivo a ser alcançado.

Dessa maneira, muito dos valores sustentados pela sociedade à época estava diretamente ligados ao dilema do que viria no pós-morte. Os benefícios a quem se comportou da forma adequada, segundo a igreja. Os males àqueles que a rejeitavam.

Riqueza e poder

Não só de influência na sociedade vivia a Igreja Medieval da época. No campo das ideias, a Igreja Medieval se destacava pelo poderio material acumulado durante o período.

Com o controle de regiões feudais estratégicas, a Igreja passa ser a coordenadora de decisões no poder vigente à época. O crescimento deste enriquecimento foi uma controvérsia dentro da instituição, uma vez que causou adversas reações internamente.

Houve, então, um rompimento entre dois pensamentos internamente na própria Igreja. De um lado, os que viam como negativa a influência político-econômica crescendo, que delimitaram-se a assuntos de ordem religiosa.

Estes se abstinham do conforto proporcionado pela Igreja, dos luxos e, sobretudo, das decisões que transgrediam o campo da fé. Enquanto isso, outros viam como uma oportunidade de estabelecimento político no período.

O rompimento nas práticas refletiu na cisão e consequente subdivisão do clero. Agora, este se concentrava em duas diferentes vertentes, tais como:

  • Clero Secular: administração dos bens materiais acumulados pela Igreja e tomados de decisões de cunho político;
  • Clero Regular: ordenados religiosos, voltados muito mais às práticas de cunho espiritual, com pregações e orientações;

O monopólio intelectual e influência social.

Além de toda influência social, política e espiritual, o conteúdo intelectual também era exclusivo da Igreja. À exceção do grande escalão da Igreja Medieval, poucas pessoas eram letradas e/ou alfabetizadas.

A grande influência da Igreja se dava pelo fato de concentrarem a verdade absoluta. Isso porque, apesar de variadas interpretações de seitas e ritos pagãos, além de condenáveis, eram vigiadas de perto pela população.

Revoltas camponesas e a Guerra dos cem anos

No século XIV, em decorrência da Peste Negra e da Guerra dos Cem Anos (França e Inglaterra), ocorreu uma diminuição da produção agrícola, que ocasionou a falta de alimentos e consequente fome por grande parte da Europa Feudal. Com a situação social alarmada, os senhores feudais passaram a aumentar as taxas de impostos para os camponeses, situação esta que levou a diversas revoltas camponesas e ataques aos senhores feudais. Esses fatos ficaram conhecidos como Jacqueries, que significava “Jacques bom homme” (Jacques, o simples), apelido pejorativo dado aos camponeses pela nobreza.

Nos campos que se encontravam quase vazios, os camponeses sobreviventes reivindicaram melhores condições de trabalho e queriam uma parcela maior da produção agrícola. No Feudalismo, os servos praticavam a agricultura nas terras do senhor feudal, toda a produção do manso senhorial (metade das terras do senhor) era destinada ao senhor, e grande parte da produção do manso servil (terras onde os servos plantavam para sua sobrevivência, porém também pertenciam ao senhor feudal) era destinada ao senhor feudal.

Os servos, insatisfeitos com a pequena quantidade de produção que lhes restava, logo iniciaram movimentos de revolta contra as relações de servidão. Os senhores tentaram evitar as revoltas e reforçaram as leis que proibiam as fugas dos servos. Em 1358, aconteceu uma revolta dos camponeses na França; em 1381, na Inglaterra. As principais reivindicações dos camponeses diziam respeito à luta contra a fome e às más condições de vida acentuadas durante a crise do século XIV. A mais importante reivindicação era o questionamento quanto ao status quo vigente na sociedade medieval, ou seja, a divisão social em estamentos (o primeiro estamento formado pelo clero; o segundo estamento constituído pelos nobres; e a camada inferior era formada principalmente por camponeses).

A revolta camponesa de 1358, na França, foi palco de uma imensa brutalidade, tanto por parte dos camponeses (agindo contra os senhores feudais) quanto pela violenta coibição contra a revolta, realizada pelos senhores feudais. As sublevações camponesas no século XIV contribuíram para a posterior formação das monarquias europeias, pois vários governantes formaram exércitos comandados por um monarca para proteção do seu reino.


Doenças

 O aumento das cidades e de suas populações resultou na criação de condições para a eclosão de uma grande epidemia: a Peste Negra. Doença causada por uma bactéria presente nas pulgas hospedadas em ratos, a Peste Negra dizimou mais de um terço da população europeia, a partir da primeira onda da doença, em 1347. As péssimas condições de higiene das cidades facilitaram a sua propagação.

Mas a Peste Negra atingiu também a área rural. Milhões de camponeses morreram em decorrência da peste. Com a diminuição da população da área rural para trabalhar nas lavouras e problemas climáticos como secas, houve uma queda na produção de alimentos, agravando a fome de parte da população.

 Para complementar seus estudos leia o capítulo 3 do seu livro de história; páginas: 53 a 59.

 ATIVIDADE DE FIXAÇÃO

Livro de história páginas; 62 e 63

 As atividades deverão ser copiadas e respondidas no seu caderno.

 GEOGRAFIA

 Os brasileiros no censo do IBGE

O censo do IBGE é realizado a cada 10 anos para levantar dados acerca da população brasileira. Um dos objetivos é compreender a renda, a distribuição no território, a diversidade religiosa, dentre outros aspectos.

Observemos algumas características importantes que os censos do IBGE relatam acerca da população brasileira.

 A população brasileira segundo a cor:

 Quando perguntadas pelo entrevistador do IBGE sobre qual cor se identificam, as pessoas são livres para escolher. Isso faz com que muitas pessoas se identifiquem como brancas, pardas, negras, amarelas e muitas outras “opções”.

A partir do gráfico acima, que trata sobre a distribuição da população brasileira conforme a cor autodeclarada, a maioria da população é parda, branca e negra. Diversos estudos afirmam que, na verdade, muitas pessoas que se identificam como pardas são negras. O preconceito racial seria uma das explicações.A grande diversidade da população brasileira e representada no gráfico, já que não é possível dizer que há uma cor predominante na grande maioria do país. Isso pode ocasionar conflitos ou fazer com que as pessoas busquem combater o racismo.
Conforme o gráfico de 2015, 45,2% da população se declarou parda; 45,1, branca; 8,9% preta; e 0,8 indígena e amarela. É possível perceber aumento da autodeclaração como “preto” no país.

 Os afro-brasileiros no Brasil atual:

 ·         As comunidades remanescentes de quilombos:

São comunidades formadas por descendentes de pessoas escravizadas que fugiram das plantações de café, cana-de-açúcar, de atividade mineradora e outros no século XVII. São, portanto, locais onde há busca de refúgio há séculos.

Essas comunidades resistem e são encontradas em praticamente todos os estados brasileiros. Com a Constituição Federal de 1988, houve a garantia da posse de terras e do respeito às tradições culturais dos quilombolas.


Mapa acima retrata a quantidade de quilombos no Brasil. A maioria se localiza no Nordeste.

 Desigualdades entre negros e não negros:

 Vários estudos confirmam que a maioria da população negra no Brasil vive em condições piores que os não negros. São também aqueles que possuem a menor formação escolar.Esse fato ocasiona desigualdades de oportunidades que ampliam as diferenças salariais no país. No mercado de trabalho ainda é alta a presença de negros em empregos de baixa remuneração.

Entretanto, mudanças estão acontecendo. Os movimentos de valorização dos negros no Brasil alertam para essas desigualdades e buscam ações governamentais para superar essas dificuldades.Uma dessas ações é a política de afirmação racial para estudantes oriundos de escola pública que ingressam em Universidades Públicas. Com isso, o número de negros e pessoas de baixa renda nas universidades aumentou, a ponto de serem a maioria pela primeira vez.

Com isso, os futuros profissionais do país serão, também, negros e competirão por vagas de emprego com não negros. Essas ações afirmativas devem continuar e se ampliar para que as desigualdades de oportunidades diminuam.

 Assista ao clipe: “Bia Ferreira - Cota Não é Esmola”

Link do vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=QcQIaoHajoM


Atividades: copiar e responder no caderno.

01. Qual a importância dos censos demográficos do IBGE para o Brasil? (3 linhas).

02. O que são os quilombos? (3 linhas).

03. Interprete o gráfico “Brasil: distribuição da população segundo a cor de pele – 2015”. O que ele expressa? (5 linhas).

04. Por que a maioria dos negros no Brasil ainda sofrem preconceito? (3 linhas).

05. Por que a maioria dos negros no Brasil rebemos menos do que os empregos? (4 linhas).

06. O que podemos fazer para superar o racismo? (3 linhas).

07. Qual a importância das políticas de afirmação racial para a diminuição das desigualdades no Brasil? (4 linhas).

 NO LIVRO – “Expedições Geográficas”:

·         Ler o texto “Desigualdade de rendimento segundo a cor” da página 73 e responder as questões de 1 e 2 da página 73;

·         Copiar e responder as questões, 8, 9, 10 e 12 das páginas 76 e 77.



PESQUISA DA SEMANA:

     “Quilombos no Brasil

Dicas:

·         Pesquisa em várias fontes;

·         Qual a importância do quilombo?

·         Por que foram formados?

·         Dê sua opinião.

 

Como fazer:

·         3 laudas;

·         Folha de caderno OU folha almaço (caso você tenha em casa);

·         Faça desenhos sobre o assunto. 





 

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