O início das Cruzadas ocorreu
no final do século XI chegando ao fim no século XIV. As expedições militares
tinham como objetivo recuperar o livre acesso a Palestina, região em que estão
concentrados vários lugares considerados sagrados pelos cristãos.
O estopim para o início da “Guerra Santa”
se deu no momento em que muçulmanos dominaram Jerusalém impedindo o acesso de cristãos
à região considerada Terra Santa, onde Jesus nasceu fez suas pregações e foi
crucificado.
A invasão desse local sagrado pelos turcos seljúcidas
representou uma heresia, já que os cristãos ficaram impedidos de peregrinar
pelos locais sagrados de sua religião. Impedir o avanço do islamismo se tornaria uma das principais missões dos
participantes das Cruzadas.
A Convocação do Papa Urbano II
As expedições militares conhecidas como Cruzadas refletem
bem a religiosidade impregnada na sociedade medieval. A igreja como a
instituição mais poderosa do período se sentiu afrontada quando muçulmanos
dominaram a região sagrada do cristianismo.
Jerusalém está para os cristãos como Meca está para os
muçulmanos. No ano de 1095, o papa Urbano II convocou os cristãos para
reconquistar a Terra Santa que havia sido dominada pelos turcos em 1076.
Membros de todas as classes sociais aceitaram a
convocação do líder supremo da Igreja Católica. Nobres, servos, reis,
camponeses, desocupados, pessoas comuns partiram para sua missão com a promessa
de que em troca desse sacrifício, todos os seus pecados seriam perdoados.
Juntamente com o perdão, os cruzados conquistariam também um lugar garantido no
paraíso celeste.
Os participantes dessas expedições passaram a ser
chamados de “cruzados”, em suas roupas havia uma grande cruz
estampada na altura do ombro. A cruz fazia uma referência ao sacrifício e
vitória de Jesus Cristo. Apesar do forte caráter religioso que caracterizou o
movimento, as Cruzadas também continham causas econômicas e políticas.
Causas
Com a cidade santa do cristianismo tomada pelos
muçulmanos, as transações comerciais com o Oriente ficaram prejudicadas.
Comerciantes europeus estavam empenhados em recuperar as rotas de comércio com
os mercadores orientais, estabelecendo também entrepostos comerciais na região,
para isso precisavam voltar a ter o domínio do Mar Mediterrâneo.
Com a diminuição das guerras no período medieval, ocorreu um intenso aumento populacional. Esse
crescimento demográfico não foi acompanhado pela melhora na infraestrutura das
vilas, o inchaço populacional obrigava uma parcela da população a se abrigar em
moradias precárias sem o mínimo de conforto e segurança.
A crescente taxa de natalidade juntamente com a queda dos
índices de mortalidade, gerava a necessidade da expansão da agricultura, mas
não foi o que aconteceu. A escassez de alimentos e as péssimas condições de
vida proporcionou o crescimento de um grupo de excluídos sociais, sem nenhuma
perspectiva de inclusão na sociedade medieval. Como a igreja prometeu premiar
com alguns bens os participantes da guerra santa, os marginalizados
resolveram-se alistar no exército formado pelo clero.
Além de desejar a expansão de seus domínios, a igreja e
os comerciantes europeus estavam interessados em dominar o comércio de
especiarias orientais. Esses produtos tinham um alto valor comercial na Europa.
A Igreja incentivou as expedições militares de
reconquista com a intenção de canalizar toda a força e violência dos guerreiros
medievais na reocupação de Jerusalém e expulsão dos muçulmanos. Enquanto as
guerras se desenrolavam no oriente, a sociedade europeia desfrutava de uma
relativa paz.
Os Resultados das Cruzadas
As cruzadas não se resumiram a uma única expedição, na
verdade elas somam um total de oito investidas contra
os muçulmanos.
- Primeira
cruzada: Jerusalém é reconquistada pelos cristãos.
- Segunda
cruzada: Com o auxílio de egípcios, os muçulmanos recuperam a
Terra Santa.
- Terceira
Cruzada: Um acordo firmado entre cristãos e muçulmanos garante
aos cruzados o direito de posse do litoral sírio-palestino.
- Quarta
Cruzada: Os cruzados conquistam a cidade de Constantinopla, a
capital oriental do cristianismo. Nesse momento os cristãos lideram ações
de saque a templos religiosos, tomando posse de objetos sagrados e valiosos.
- Quinta
Cruzada: Os cristãos são derrotados nas cidades do Cairo e de
Damieta, no Egito.
Sexta Cruzada: os cruzados reconquistam Jerusalém, mas a perdem em 1244. - Sétima
Cruzada: Os muçulmanos derrotam novamente os cristãos.
- Oitava
Cruzada: Os últimos cruzados são vitimados por uma epidemia e os
demais derrotados pelos muçulmanos.
Consequências
das Cruzadas
A última cruzada representou a
derrota definitiva dos cristãos, se por um lado as expedições militares não
obtiveram sucesso, por outro contribuiu para importantes mudanças na sociedade
medieval.
O enfraquecimento do sistema feudal é um dos resultados
das cruzadas, os senhores feudais endividaram-se para montar seus exércitos,
além de perderem um grande número de servos que não voltaram da guerra.
Mas esse enfraquecimento do feudalismo já era algo esperado, visto que o crescimento das
cidades e a expansão populacional contribuíram para o desenvolvimento de novas
práticas econômicas.
Segundo apontam pesquisas de historiadores, cerca de um
milhão de pessoas (entre cristãos e muçulmanos) morreram em consequência dos
violentos combates durante as Cruzadas.
O comércio pelo Mar Mediterrâneo voltou a dinamizar as
relações econômicas com o oriente, principalmente entre as cidades italianas de
Gênova e Veneza. Apesar de não ter alcançado os objetivos religiosos e de não
ter conseguido conter o avanço do islamismo, as cruzadas deram início a
transformações positivas no período medieval.
Além dessa intensificação comercial, as expedições
contribuíram para o intercâmbio cultural que estimulou o desenvolvimento
literário e artístico, tal como o surgimento das primeiras universidades.
Igreja Medieval
começa a se estabelecer
O estabelecimento da Igreja
Medieval na sociedade se dá por meados do século V. Presente em diferentes
extratos sociais, a Igreja fora capaz, inclusive, de influenciar na organização
da época.
Dividida em sociedade medieval,
esta abrangia o Clero, Nobreza e Servos. A tríade era o reflexo da Santíssima
Trindade (o pai, o filho e o espírito santo) propagada pela Igreja.
Além dos reflexos da própria
hierarquia social, havia uma valorização maior do póstero do que a vida
terrena. Assim, esta última era desprezada, enquanto a vida nos céus seria o
verdadeiro objetivo a ser alcançado.
Dessa maneira, muito dos valores
sustentados pela sociedade à época estava diretamente ligados ao dilema do que
viria no pós-morte. Os benefícios a quem se comportou da forma adequada,
segundo a igreja. Os males àqueles que a rejeitavam.
Riqueza e poder
Não só de influência na sociedade
vivia a Igreja Medieval da época. No campo das ideias, a Igreja Medieval se
destacava pelo poderio material acumulado durante o período.
Com o controle de regiões feudais
estratégicas, a Igreja passa ser a coordenadora de decisões no poder vigente à
época. O crescimento deste enriquecimento foi uma controvérsia dentro da
instituição, uma vez que causou adversas reações internamente.
Houve, então, um rompimento entre
dois pensamentos internamente na própria Igreja. De um lado, os que viam como
negativa a influência político-econômica crescendo, que delimitaram-se a
assuntos de ordem religiosa.
Estes se abstinham do conforto
proporcionado pela Igreja, dos luxos e, sobretudo, das decisões que
transgrediam o campo da fé. Enquanto isso, outros viam como uma oportunidade de
estabelecimento político no período.
O rompimento nas práticas refletiu
na cisão e consequente subdivisão do clero. Agora, este se concentrava em duas
diferentes vertentes, tais como:
- Clero Secular: administração
dos bens materiais acumulados pela Igreja e tomados de decisões de cunho
político;
- Clero Regular: ordenados
religiosos, voltados muito mais às práticas de cunho espiritual, com
pregações e orientações;
O monopólio intelectual e influência social.
Além de
toda influência social, política e espiritual, o conteúdo intelectual também
era exclusivo da Igreja. À exceção do grande escalão da Igreja Medieval, poucas
pessoas eram letradas e/ou alfabetizadas.
A grande influência da Igreja se
dava pelo fato de concentrarem a verdade absoluta. Isso porque, apesar de
variadas interpretações de seitas e ritos pagãos, além de condenáveis, eram
vigiadas de perto pela população.
Revoltas camponesas e a Guerra dos cem anos
No século XIV, em
decorrência da Peste Negra e da Guerra dos Cem Anos (França
e Inglaterra), ocorreu uma diminuição da produção agrícola, que ocasionou a
falta de alimentos e consequente fome por grande parte da Europa Feudal.
Com a situação social alarmada, os senhores feudais passaram a
aumentar as taxas de impostos para os camponeses, situação esta que levou a
diversas revoltas camponesas e ataques aos senhores feudais.
Esses fatos ficaram conhecidos como Jacqueries, que significava
“Jacques bom homme” (Jacques, o simples), apelido pejorativo dado aos
camponeses pela nobreza.
Nos campos que se encontravam quase vazios, os camponeses sobreviventes
reivindicaram melhores condições de trabalho e queriam uma parcela maior da
produção agrícola. No Feudalismo, os servos praticavam a agricultura nas terras
do senhor feudal, toda a produção do manso senhorial (metade
das terras do senhor) era destinada ao senhor, e grande parte da produção
do manso servil (terras onde os servos plantavam para sua
sobrevivência, porém também pertenciam ao senhor feudal) era destinada ao
senhor feudal.
Os servos, insatisfeitos com a pequena quantidade de produção que lhes restava,
logo iniciaram movimentos de revolta contra as relações de servidão. Os
senhores tentaram evitar as revoltas e reforçaram as leis que proibiam as fugas
dos servos. Em 1358, aconteceu uma revolta dos camponeses na França; em 1381,
na Inglaterra. As principais reivindicações dos camponeses diziam respeito à
luta contra a fome e às más condições de vida acentuadas durante a crise do
século XIV. A mais importante reivindicação era o questionamento quanto
ao status quo vigente na sociedade medieval, ou seja, a
divisão social em estamentos (o primeiro estamento formado pelo clero; o
segundo estamento constituído pelos nobres; e a camada inferior era formada
principalmente por camponeses).
A revolta camponesa de 1358, na França, foi palco de uma imensa brutalidade,
tanto por parte dos camponeses (agindo contra os senhores feudais) quanto pela
violenta coibição contra a revolta, realizada pelos senhores feudais. As
sublevações camponesas no século XIV contribuíram para a posterior formação das
monarquias europeias, pois vários governantes formaram exércitos comandados por
um monarca para proteção do seu reino.
Mas a Peste Negra atingiu também a
área rural. Milhões de camponeses morreram em decorrência da peste. Com a
diminuição da população da área rural para trabalhar nas lavouras e problemas
climáticos como secas, houve uma queda na produção de alimentos, agravando a
fome de parte da população.
ATIVIDADE DE FIXAÇÃO
Livro de história páginas; 62 e 63
GEOGRAFIA
Os brasileiros no censo do
IBGE
O censo do IBGE
é realizado a cada 10 anos para levantar dados acerca da população brasileira.
Um dos objetivos é compreender a renda, a distribuição no território, a
diversidade religiosa, dentre outros aspectos.
Observemos
algumas características importantes que os censos do IBGE relatam acerca da
população brasileira.
Conforme o gráfico de 2015, 45,2% da população se declarou parda; 45,1, branca; 8,9% preta; e 0,8 indígena e amarela. É possível perceber aumento da autodeclaração como “preto” no país.
São comunidades
formadas por descendentes de pessoas escravizadas que fugiram das plantações de
café, cana-de-açúcar, de atividade mineradora e outros no século XVII. São,
portanto, locais onde há busca de refúgio há séculos.
Essas
comunidades resistem e são encontradas em praticamente todos os estados
brasileiros. Com a Constituição Federal de 1988, houve a garantia da posse de
terras e do respeito às tradições culturais dos quilombolas.
Entretanto, mudanças estão acontecendo. Os movimentos de valorização dos negros no Brasil alertam para essas desigualdades e buscam ações governamentais para superar essas dificuldades.Uma dessas ações é a política de afirmação racial para estudantes oriundos de escola pública que ingressam em Universidades Públicas. Com isso, o número de negros e pessoas de baixa renda nas universidades aumentou, a ponto de serem a maioria pela primeira vez.
Com isso, os futuros profissionais do país serão, também, negros e competirão por vagas de emprego com não negros. Essas ações afirmativas devem continuar e se ampliar para que as desigualdades de oportunidades diminuam.
Link do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=QcQIaoHajoM
Atividades: copiar e responder no caderno.
01. Qual a importância dos
censos demográficos do IBGE para o Brasil? (3 linhas).
02. O que são os quilombos? (3
linhas).
03. Interprete o gráfico
“Brasil: distribuição da população segundo a cor de pele – 2015”. O que ele
expressa? (5 linhas).
04. Por que a maioria dos negros
no Brasil ainda sofrem preconceito? (3 linhas).
05. Por que a maioria dos negros
no Brasil rebemos menos do que os empregos? (4 linhas).
06. O que podemos fazer para
superar o racismo? (3 linhas).
07. Qual a importância das políticas
de afirmação racial para a diminuição das desigualdades no Brasil? (4 linhas).
·
Ler o texto “Desigualdade de rendimento segundo
a cor” da página 73 e responder as questões de 1 e 2 da página 73;
·
Copiar e responder as questões, 8, 9, 10 e 12
das páginas 76 e 77.
PESQUISA DA SEMANA:
“Quilombos no Brasil
Dicas:
·
Pesquisa em várias fontes;
·
Qual a importância do quilombo?
·
Por que foram formados?
·
Dê sua opinião.
Como fazer:
·
3 laudas;
·
Folha de caderno OU folha almaço (caso você
tenha em casa);
·
Faça desenhos sobre o assunto.
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