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domingo, 18 de abril de 2021

6ºANO: EDUCAÇÃO FÍSICA 19/04/21


 

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Origem do futebol

Não se sabe com precisão a data em que o futebol surgiu. Historiadores contam que os ingleses adquiriram o hábito de chutar uma bola de couro, símbolo da cabeça de um membro do exército da Dinamarca, como forma de comemorar a expulsão dos dinamarqueses de seu país ainda no século X. A ação era realizada anualmente, mas, com o tempo, a prática passou a popularizar-se, e os jogos com a bola passaram a ser realizados com maior frequência.

Os jogos não tinham regras estabelecidas, e era permitido diversos tipos de agressões para avançar ou conter o adversário, o que acabava ferindo muitos dos praticantes. Com as consequências, o Rei Eduardo II decidiu proibir os jogos, temendo a perda dos soldados do seu exército. A prática foi proibida, mas não cessada e, apenas em 1681, os jogos com a bola voltaram a ser permitidos na Inglaterra.

 

Futebol no Brasil

Charles Miller trouxe o futebol para o Brasil O futebol chegou ao Brasil em 1894. Charles Miller, um jovem filho de ingleses que chegou a São Paulo após realizar seus estudos na Europa, trouxe consigo bolas e regras para a prática do futebol no país. A prática do futebol, no Brasil, foi realizada pela primeira vez pelo São Paulo Athletic Club, formado por colonos ingleses, mas o primeiro clube formado, especialmente para a prática do futebol, foi a Associação Atlética Mackenzie College, em 1898.

O crescimento do futebol no Brasil acabou fazendo com que o esporte mais praticado na época, o remo, viesse a ficar em segundo plano, chegando a ser quase esquecido pelos brasileiros posteriormente. Com isso, algumas equipes de remo tornaram-se clubes de futebol, como FlamengoVasco da Gama e Botafogo, no Rio de Janeiro.

A primeira equipe de futebol carioca foi o Fluminense Football Clube, fundado no ano de 1902. Também foi a primeira equipe a cobrar ingressos para uma partida de futebol no Brasil, realizada contra o Paulistano, quando, aproximadamente, 2500 pessoas acompanharam o duelo. Esse jogo também foi marcado como o primeiro que teve o comparecimento de um chefe de Estado, o então Presidente da República Rodrigues Alves.

 

Racismo e preconceito

O futebol enfrentou problemas ligados às classes sociais desde o seu surgimento na Inglaterra, ocorrendo o mesmo em sua chegada ao Brasil. O esporte, criado para a alta sociedade britânica, enfrentou algumas barreiras, até que fosse apreciado por ricos e pobres, sem distinção de classes.

O futebol sofreu uma grande resistência quanto à profissionalização. A elite contestava que o futebol não poderia ser praticado como uma profissão pelos integrantes da camada mais pobre da sociedade, pois, como consequência do desemprego, esses teriam mais tempo para os treinos nos confrontos com as equipes formadas por burgueses.

No Brasil, inicialmente, as equipes de futebol eram formadas por estudantes brancos e ricos. Com o tempo, algumas equipes foram abrindo as portas para acolher jogadores que não pertenciam à classe alta, incluindo negros. Entre os clubes, o Vasco foi um dos que mais contribuiu para a profissionalização do futebol no Brasil. A equipe incluiu mulatos e negros e conquistou títulos, o que colaborou para a quebra do monopólio do jogador branco no futebol.

Como forma de resistência à profissionalização, em 1924 foi criada a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea), uma liga que reunia os grandes clubes de futebol, sem o Vasco, para exigir dos jogadores a comprovação de vínculo empregatício ou estudantil. Assim, poderiam enfraquecer o Vasco, que contava com bons jogadores desempregados. Na sequência, passou a ser exigida a assinatura dos atletas em súmula, o que excluía os que não fossem alfabetizados.

Com a intenção de fugir do preconceito, alguns atletas tentaram estratégias para ficarem brancos. Um exemplo foi Carlos Alberto, jogador do Fluminense, em 1914, que se maquiava com pó-de-arroz antes das partidas. Porém, com o suor das jogadas, o disfarce desaparecia, e a torcida, ainda desacostumada com a presença de negros dentro do campo, xingava o jogador.

O aparecimento de Pelé, após a Copa do Mundo de 1958, também contribuiu para uma amenização nos problemas em relação ao racismo. O destaque desse jogador produziu, no país, o sentido de que os jogadores de futebol deveriam vir da camada pobre da sociedade e alcançar o ápice da carreira, após muito sofrimento e batalhas.

Com o passar dos anos, outros grandes nomes surgiram no cenário nacional do futebol, trazendo as características que eram semelhantes às do “Rei do Futebol” — caso dos jogadores Romário; Ronaldo Luís Nazário de Lima, chamado popularmente de Fenômeno; e também de Ronaldo Assis Moreira, conhecido como Ronaldinho Gaúcho. Entre tantos outros, eles puderam, por intermédio do futebol, sair de uma classe social baixa para alcançar um alto nível de consagração, representando grandes equipes nacionais e internacionais, além da Seleção Brasileira, e alcançando os principais prêmios do futebol.

 

Saiba mais.

Você sabe quem foi que criou o futebol, quando e onde surgiu o esporte mais popular do planeta?

Assista ao vídeo.

https://www.youtube.com/watch?v=PEcQxREeSaU

Descrição do vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=mLtRmNtde8Y

Brasil Football Club conta a história da chegada do futebol ao Brasil e de como a relação dos brasileiros com a bola foi sendo construída. Do elegante e restrito futebol do século XIX, que proibia vaias e exigia jogadores de gravata, até o futebol-paixão-nacional, um dos símbolos mais fortes da nossa identidade cultural. Uma história feita da contribuição de imigrantes estrangeiros e trabalhadores brasileiros; marcada pelo racismo e subvertida pelo talento.

 

Exercício

 

1. (ENEM 2018) A história do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. [...] O jogo se transformou em espetáculo, com poucos protagonistas e muitos espectadores, futebol para olhar, e o espetáculo se transformou num dos negócios mais lucrativos do mundo, que não é organizado para ser jogado, mas para impedir que se jogue. A tecnocracia do esporte profissional foi impondo um futebol de pura velocidade e muita força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos campos, [...] algum atrevido que sai do roteiro e comete o disparate de driblar o time adversário inteirinho, além do juiz e do público das arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que se lança na proibida aventura da liberdade. GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra. Porto Alegre: L&PM, 1995. As transformações que marcam a trajetória histórica do futebol, especialmente aquelas identificadas no texto, se caracterizam pelo(a):

A) redução dos níveis de competitividade, o que tornou o futebol um esporte mais organizado e mundialmente conhecido.

B) processo de mercadorização e espetacularização que tem possibilitado o crescimento do número dos praticantes e dos espaços usados para sua prática.

C) redução às formas mais padronizadas, seguida de uma crescente tendência ao aparecimento de regionalismos na forma de vivenciar a prática do futebol.

D) tendência de desaparecimento de sentidos sociais e estéticos, característicos nos jogos e nas brincadeiras populares.

E) processo de espetacularização e elevação dos indicadores estéticos do futebol, resultado da aplicação dos avanços científicos e tecnológicos.


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