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9°Ano: Laboratórios 17/09

quinta-feira, 6 de maio de 2021

7ºANO: PRODUÇÃO TEXTUAL 07/05/21

 AGENDA:

Observação: Envie as suas respostas para o e-mail do(a) seu(sua) professor(a):

  7° ano A - Débora Pontes: debora.pontes@educacao.fortaleza.ce.gov.br

  7° ano B e C - Leudilanio Alves: antonio.leudiano@educacao.fortaleza.ce.gov.br

PRODUÇÃO TEXTUAL

Gêneros Memórias Literárias – Oficina 7: Lugares que moram na gente.

 

Leia o texto a seguir:

Primeiro carnaval no Brasil

Transplante de menina - Tatiana Belinky

[…] Depois do almoço, continuávamos o nosso turismo carioca. Papai e mamãe, mais o primo – feliz proprietário de uma “baratinha” – nos levavam, todos empilhados, a passear pela cidade do Rio de Janeiro. E foi assim que ficamos conhecendo o Morro da Urca e o Pão de Açúcar – ai, que emoção – pelo funicular, o “bondinho” pendurado entre aqueles enormes rochedos. E de onde se descortinava uma vista empolgante, só superada pela paisagem de tirar ainda mais o fôlego que se estendeu diante de nossos olhos, quando subimos – passageiros de outro trenzinho incrível, quase vertical – ao alto do Corcovado. Ali ainda não se erguia a estátua do Cristo Redentor, que é hoje o cartão-postal do Rio de Janeiro. Mas me parece que o panorama era, por estranho que pareça, bem mais “divino” ao natural, sem ela.

Fomos passear também na Gávea e na Avenida Niemeyer, ainda bastante deserta, e na Tijuca, com a sua floresta e a sua linda Cascatinha. “Cascatinha”, por sinal, era o nome da cerveja que papai tomava com muito gosto, enquanto nós, crianças, nos amarrávamos num refrigerante incrível que tinha o estranho nome de Guaraná.

Não deixamos de passear pelo centro da cidade, na elegantíssima Rua do Ouvidor, e na muito chique Cinelândia, em frente ao Teatro Municipal e suas escadarias, com seus bares e sorveterias na calçada. E, claro, na Avenida Rio Branco, reta, larga, e imponente, embicando no cais do porto, por onde chegamos ao Brasil pela primeira vez.

E foi nessa Avenida Rio Branco que tivemos a nossa primeira impressão – e que impressão! – do carnaval brasileiro. Eu já tinha ouvido falar em carnaval: na Europa, era famoso o carnaval de Nice, na França, com a sua decantada batalha de flores; e o carnaval de Veneza, mais exuberante, tradicional, com gente fantasiada e mascarada dançando e cantando nas ruas. E havia também os luxuosos, e acho que “comportados”, bailes de máscaras, em muitas capitais europeias. Eu já ouvira falar em fasching, carnevale, Mardi Gras – vagamente. Mas o que eu vi, o que nós vimos, no Rio de Janeiro, não se parecia com nada que eu pudesse sequer imaginar nos meus sonhos mais desvairados.

Aquelas multidões enchendo toda a avenida, aquele “corso” – o desfile interminável e lento de carros, para-choque com para-choque, capotas arriadas, apinhados de gente fantasiada e animadíssima. Todo aquele mundaréu de homens, mulheres, crianças, de todos os tipos, de todas as cores, de todos os trajes – todos dançando e cantando, pulando, saracoteando, jogando confetes e serpentinas que chegavam literalmente a entupir a rua e se enroscar nas rodas dos carros… E os lança-perfumes, que que é isso, minha gente! E os “cordões”, os “ranchos”, os “blocos de sujos” – e todo o mundo se comunicando, como se fossem velhos conhecidos, se tocando, brincando, flertando – era assim que se chamavam os namoricos fortuitos, a paquera da época -, tudo numa liberdade e descontração incríveis, especialmente para aqueles tempos tão recatados e comportados… Tanto que, ainda vários anos depois, uma marchinha carnavalesca falava, na sua letra alegremente escandalizada, da “moreninha querida… que anda sem meia em plena avenida“.

Ah, as marchinhas, as modinhas, as músicas de carnaval, maliciosas, buliçosas e engraçadas, algumas até com ferinas críticas políticas… E os ritmos, e os instrumentos – violões, cuícas (coisa nunca vista!), tamborins, reco-recos…

E finalmente, coroando tudo, as escolas de samba, e o desfile feérico dos enormes carros alegóricos das sociedades carnavalescas – coisa absolutamente inédita para nós – com seus nomes esquisitos, “Fenianos”, “Tenentes do Diabo” – cada qual mais imponente, mais fantástico, mais brilhante, mais deslumbrante, mais mirabolante – e, para mim, nada menos que acachapante!

E pensar que a gente não compreendia nem metade do que estava acontecendo! Todo aquele alarido, todas aquelas luzes, toda aquela agitação, toda aquela alegria desenfreada – tudo isso nos deixou literalmente embriagados e tontos de impressões e sensações, tão novas e tão fortes que nunca mais esqueci aqueles dias delirantes. Vi muitos carnavais depois daquele, participei mesmo de vários, e curti-os muito. Mas nada, nunca mais, se comparou com aquele primeiro carnaval no Rio de Janeiro, um banho de Brasil, inesquecível…

Transplante de menina. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2003.

Atividade 1

  1. O que a autora rememora?

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  1. Faça um desenho no caderno com base no momento vivido por Tatiana Belinky.

 

  1. Exponha os desenhos para a turma na videoaula e os envie para o e-mail institucional do seu professor.

 

  1. Cite exemplos de como Tatiana descreve com riqueza de detalhes a Avenida Rio Branco, o desfile dos carros, as multidões, a forma como se vestiam.

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  1. Destaquem/apontem trechos em que a autora fala de seus sentimentos e impressões e copie esses trechos no caderno.

Para saber mais

Descrição

Para fazer uma boa descrição é importante reparar no objeto descrito, como se o olhássemos pela primeira vez, e ter clareza de quem é o leitor ao qual nos dirigimos, o que ele precisa saber a respeito dos fatos, dos lugares, das personagens e dos costumes abordados no texto. Considerando esses aspectos, e dependendo do efeito que pretendemos provocar no leitor, será necessário enfatizar determinadas cenas, características de lugares ou personagens, sensações, impressões e informações captadas pelos cheiros, sabores, cores, texturas, sons.

A descrição pode ser utilizada como recurso para seduzir o leitor e aproximá-lo da experiência relatada pelo autor do texto.

Um local em detalhes

Atividade 2

  1. Descreva um local significativo, atraente, interessante do lugar onde vive e após a escrita, responda:

        Pela descrição, uma pessoa que não conhece o lugar poderá imaginá-lo? _______________________________________

        Você usou recursos para tornar a descrição atraente? Quais? _________________________________________________

        Mostre as imagens fotografadas por seus próprios celulares ou câmeras desse local.

        Pesquise na web (por exemplo, no Youtube) vídeos que apresentem lugares atuais e faça a descrição com base nesses materiais.

        Guarde essas descrições, pois serão retomadas na próxima oficina.

Observação: Envie as suas respostas para o e-mail do(a) seu(sua) professor(a):

  7° ano A - Débora Pontes: debora.pontes@educacao.fortaleza.ce.gov.br

  7° ano B e C - Leudilanio Alves: antonio.leudiano@educacao.fortaleza.ce.gov.br       


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