AGENDA:
Observação: Envie as suas respostas para o e-mail do(a) seu(sua) professor(a):
7° ano A - Débora Pontes: debora.pontes@educacao.fortaleza.ce.gov.br
7° ano B e C - Leudilanio Alves: antonio.leudiano@educacao.fortaleza.ce.gov.br
PRODUÇÃO TEXTUAL
Gêneros Memórias Literárias – Oficina 7: Lugares que moram na gente.
Primeiro carnaval no
Brasil
Transplante de menina - Tatiana
Belinky
[…] Depois do almoço, continuávamos o nosso
turismo carioca. Papai e mamãe, mais o primo – feliz proprietário de uma
“baratinha” – nos levavam, todos empilhados, a passear pela cidade do Rio de
Janeiro. E foi assim que ficamos conhecendo o Morro da Urca e o Pão de Açúcar –
ai, que emoção – pelo funicular, o “bondinho” pendurado entre aqueles enormes
rochedos. E de onde se descortinava uma vista empolgante, só superada pela
paisagem de tirar ainda mais o fôlego que se estendeu diante de nossos olhos,
quando subimos – passageiros de outro trenzinho incrível, quase vertical – ao
alto do Corcovado. Ali ainda não se erguia a estátua do Cristo Redentor, que é
hoje o cartão-postal do Rio de Janeiro. Mas me parece que o panorama era, por
estranho que pareça, bem mais “divino” ao natural, sem ela.
Fomos passear também na Gávea e na Avenida
Niemeyer, ainda bastante deserta, e na Tijuca, com a sua floresta e a sua linda
Cascatinha. “Cascatinha”, por sinal, era o nome da cerveja que papai tomava com
muito gosto, enquanto nós, crianças, nos amarrávamos num refrigerante incrível
que tinha o estranho nome de Guaraná.
Não deixamos de passear pelo centro da
cidade, na elegantíssima Rua do Ouvidor, e na muito chique Cinelândia, em
frente ao Teatro Municipal e suas escadarias, com seus bares e sorveterias na
calçada. E, claro, na Avenida Rio Branco, reta, larga, e imponente, embicando no
cais do porto, por onde chegamos ao Brasil pela primeira vez.
E foi nessa Avenida Rio Branco que tivemos a
nossa primeira impressão – e que impressão! – do carnaval brasileiro. Eu já
tinha ouvido falar em carnaval: na Europa, era famoso o carnaval de Nice, na
França, com a sua decantada batalha de flores; e o carnaval de Veneza, mais
exuberante, tradicional, com gente fantasiada e mascarada dançando e cantando
nas ruas. E havia também os luxuosos, e acho que “comportados”, bailes de
máscaras, em muitas capitais europeias. Eu já ouvira falar em fasching,
carnevale, Mardi Gras – vagamente. Mas o que eu vi, o que nós vimos, no Rio de
Janeiro, não se parecia com nada que eu pudesse sequer imaginar nos meus sonhos
mais desvairados.
Aquelas multidões enchendo toda a avenida,
aquele “corso” – o desfile interminável e lento de carros, para-choque com
para-choque, capotas arriadas, apinhados de gente fantasiada e animadíssima.
Todo aquele mundaréu de homens, mulheres, crianças, de todos os tipos, de todas
as cores, de todos os trajes – todos dançando e cantando, pulando,
saracoteando, jogando confetes e serpentinas que chegavam literalmente a
entupir a rua e se enroscar nas rodas dos carros… E os lança-perfumes, que que
é isso, minha gente! E os “cordões”, os “ranchos”, os “blocos de sujos” – e
todo o mundo se comunicando, como se fossem velhos conhecidos, se tocando,
brincando, flertando – era assim que se chamavam os namoricos fortuitos, a
paquera da época -, tudo numa liberdade e descontração incríveis, especialmente
para aqueles tempos tão recatados e comportados… Tanto que, ainda vários anos
depois, uma marchinha carnavalesca falava, na sua letra alegremente
escandalizada, da “moreninha querida… que
anda sem meia em plena avenida“.
Ah, as marchinhas, as modinhas, as músicas de
carnaval, maliciosas, buliçosas e engraçadas, algumas até com ferinas críticas
políticas… E os ritmos, e os instrumentos – violões, cuícas (coisa nunca
vista!), tamborins, reco-recos…
E finalmente, coroando tudo, as escolas de
samba, e o desfile feérico dos enormes carros alegóricos das sociedades
carnavalescas – coisa absolutamente inédita para nós – com seus nomes
esquisitos, “Fenianos”, “Tenentes do Diabo” – cada qual mais imponente, mais
fantástico, mais brilhante, mais deslumbrante, mais mirabolante – e, para mim,
nada menos que acachapante!
E pensar que a gente não compreendia nem
metade do que estava acontecendo! Todo aquele alarido, todas aquelas luzes,
toda aquela agitação, toda aquela alegria desenfreada – tudo isso nos deixou
literalmente embriagados e tontos de impressões e sensações, tão novas e tão
fortes que nunca mais esqueci aqueles dias delirantes. Vi muitos carnavais
depois daquele, participei mesmo de vários, e curti-os muito. Mas nada, nunca
mais, se comparou com aquele primeiro carnaval no Rio de Janeiro, um banho de
Brasil, inesquecível…
Transplante de menina. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2003.
Atividade 1
- O que a
autora rememora?
_________________________________________________________________________________________________
- Faça um desenho no caderno
com base no momento vivido por Tatiana Belinky.
- Exponha os desenhos para a
turma na videoaula e os envie para o e-mail institucional do seu
professor.
- Cite exemplos de como Tatiana
descreve com riqueza de detalhes a Avenida Rio Branco, o desfile dos
carros, as multidões, a forma como se vestiam.
_________________________________________________________________________________________________
- Destaquem/apontem
trechos em que a autora fala de seus sentimentos e impressões e copie
esses trechos no caderno.
Para saber
mais
Descrição
Para fazer uma boa descrição é
importante reparar no objeto descrito, como se o olhássemos pela primeira vez,
e ter clareza de quem é o leitor ao qual nos dirigimos, o que ele precisa saber
a respeito dos fatos, dos lugares, das personagens e dos costumes abordados no
texto. Considerando esses aspectos, e dependendo do efeito que pretendemos
provocar no leitor, será necessário enfatizar determinadas cenas,
características de lugares ou personagens, sensações, impressões e informações
captadas pelos cheiros, sabores, cores, texturas, sons.
A descrição pode ser utilizada como
recurso para seduzir o leitor e aproximá-lo da experiência relatada pelo autor
do texto.
Um local em detalhes
Atividade 2
- Descreva um local significativo, atraente,
interessante do lugar onde vive e após a escrita, responda:
●
Pela descrição, uma pessoa que não conhece o lugar poderá
imaginá-lo? _______________________________________
●
Você usou recursos para tornar a descrição atraente?
Quais? _________________________________________________
●
Mostre as imagens fotografadas por
seus próprios celulares ou câmeras desse local.
●
Pesquise na web (por exemplo, no
Youtube) vídeos que apresentem lugares atuais e faça a descrição com base
nesses materiais.
●
Guarde essas descrições, pois serão
retomadas na próxima oficina.
Observação: Envie as suas respostas para o e-mail do(a) seu(sua)
professor(a):
7° ano A - Débora Pontes: debora.pontes@educacao.fortaleza.ce.gov.br
7° ano B e C - Leudilanio Alves: antonio.leudiano@educacao.fortaleza.ce.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário