AGENDA:
Observação: Envie as suas respostas para o e-mail da sua professora:
Débora Pontes: debora.pontes@educacao.fortaleza.ce.gov.br
PRODUÇÃO TEXTUAL
Gêneros Memórias Literárias – Oficina 9: Na memória de
todos nós
Leitura 1: O Lavador de Pedra
Manoel de
Barros
A gente morava
no patrimônio de Pedra Lisa. Pedra Lisa era um arruado de 13 casas e o rio por
detrás. Pelo arruado passavam comitivas de boiadeiros e muitos andarilhos. Meu
avô botou uma Venda no arruado. Vendia toucinho, freios, arroz, rapadura e
tais. Os mantimentos que os boiadeiros compravam de passagem. Atrás da Venda
estava o rio. E uma pedra que aflorava no meio do rio. Meu avô, de tardezinha,
ia lavar a pedra onde as garças pousavam e cacaravam. Na pedra não crescia nem
musgo. Porque o cuspe das garças tem um ácido que mata no nascedouro qualquer
espécie de planta. Meu avô ganhou o desnome de Lavador de Pedra. Porque toda
tarde ele ia lavar aquela pedra.
A Venda ficou
no tempo abandonada. Que nem uma cama ficasse abandonada. É que os boiadeiros
agora faziam atalhos por outras estradas. A Venda por isso ficou no abandono de
morrer. Pelo arruado só passavam agora os andarilhos. E os andarilhos paravam
sempre para uma prosa com o meu avô. E para dividir a vianda que a mãe mandava
para ele. Agora o avô morava na porta da Venda, debaixo de um pé de jatobá.
Dali ele via os meninos rodando arcos de barril ao modo que bicicleta. Via os
meninos em cavalo de pau correndo ao modo que montados em ema. Via os meninos
que jogavam bola de meia ao modo que de couro. E corriam velozes pelo arruado
ao modo que tivessem comido canela de cachorro. Tudo isso mais os passarinhos e
os andarilhos era paisagem do meu avô. Chegou que ele disse uma vez: Os
andarilhos, as crianças e os passarinhos têm o dom de ser poesia. Dom de ser
poesia é muito bom!
Memórias
inventadas: a infância. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.
Atividade
1
- Leia alguns fatos sobre o autor de O
Lavador de Pedra, Manoel de Barros.
Manoel de Barros, Cuiabá (MT), 1916 - Campo Grande, 2014.
Em
Memórias inventadas: a infância, o autor nos presenteia com seis
pequenos contos que narram uma infância recriada pelo poeta. O texto foi
escrito quando Manoel de Barros tinha 87 anos. A respeito desse livro ele diz:
“Agora tenho saudades do que não fui. Acho que o que faço agora é o que não
pude fazer na infância”. Para conhecer um pouco mais do escritor, assista ao
trailer do filme Só dez
por cento é mentira e acesse
o site da Fundação
Manoel de Barros.
- Após a leitura, responda: Como o autor recria
suas memórias de infância.
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- Observe alguns aspectos do texto para responder:
- O que mais lhes chamou a atenção no texto de
Manoel de Barros?
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- Que fato de suas memórias o autor resgata nesse
trecho?
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- Que personagens aparecem nessa narrativa?
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- Como vocês entenderam a frase: “Agora o avô
morava na porta da Venda, debaixo de um pé de jatobá”?
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- Há palavras ou expressões do texto que
desconhecem?
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- Perceba que, nesse texto, Manoel de Barros conta
um episódio cuja personagem principal é o avô dele. Assim, embora esteja
narrando memórias, o texto retrata um momento em que o autor é observador,
testemunha do que o avô viveu. Nessa narrativa, aparecem diversas
personagens: o narrador, o avô, a mãe do narrador, os boiadeiros, os
andarilhos e os meninos.
Leitura 2: Memórias de livros III
João Ubaldo
Ribeiro
[…] Nas férias
escolares, ela ia me buscar para que eu as passasse com ela, e meu pai ficava
preocupado.
— D. Amália —
dizia ele, tratando-a com cerimônia na esperança de que ela se imbuísse da
necessidade de atendê-lo —, o menino vai com a senhora, mas sob uma condição. A
senhora não vai deixar que ele fique o dia inteiro deitado, cercado de
bolachinhas e docinhos e lendo essas coisas que a senhora lê.
— Senhor
doutor — respondia minha avó —, sou avó deste menino e tua mãe. Se te criei
mal, Deus me perdoe, foi a inexperiência da juventude. Mas este cá ainda pode
ser salvo e não vou deixar que tuas maluquices o infelicitem. Levo o menino sem
condição nenhuma e, se insistes, digo-te muito bem o que podes fazer com tuas
condições e vê lá se não me respondes, que hoje acordei com a ciática e não
vejo a hora de deitar a sombrinha ao lombo de um que se atreva a chatear-me.
Passar bem, Senhor doutor.
E assim eu ia
para a casa de minha avó Amália, onde ela comentava mais uma vez com meu avô
como o filho estudara demais e ficara abestalhado para a vida, e meu avô, que
queria que ela saísse para poder beber em paz a cerveja que o médico proibira,
tirava um bolo de dinheiro do bolso e nos mandava comprar umas coisitas de ler
— Amália tinha razão, se o menino queria ler, que lesse, não havia mal nas
leituras, havia em certos leitores. E então saíamos gloriosamente, minha avó e
eu, para a maior banca de revistas da cidade, que ficava num parque perto da
casa dela e cujo dono já estava acostumado àquela dupla excêntrica.
Um
brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Atividade 2
- Nesta etapa, vamos
trabalhar com mais um trecho do texto de João Ubaldo Ribeiro. Memória
de livros é um texto que recupera suas lembranças dos primeiros
contatos com os livros, as leituras que fazia quando pequeno, o papel
fundamental de seu pai e de seus avós na sua formação como leitor.
João Ubaldo Osório Pimentel
Ribeiro nasceu na Ilha de
Itaparica, Bahia. Passou a infância em Aracaju, morou em outros países e no Rio
de Janeiro até a sua morte, em 2014. Autor de romances, crônicas e contos, João
Ubaldo foi também jornalista e professor. Recebeu vários prêmios internacionais
por suas obras. Memória de livros é um dos textos do
livro Um brasileiro em Berlim, publicado quando o autor tinha 54
anos.
- Responda:
- Nesse trecho, o autor
relembra um deslocamento que costumava acontecer nas férias escolares. Ele
ia de onde para onde?
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- A realidade vivida
pelo autor na sua infância era a mesma nos dois lugares? Explique.
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- Que semelhanças você
identifica entre o texto de Manoel de Barros e o de João Ubaldo Ribeiro?
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Como dizer
Atividade
3
- Em textos de memórias literárias, ao descrever um
objeto, uma personagem, um sentimento, os autores utilizam a linguagem
para criar imagens, provocar sensações, ressaltar determinados detalhes ou
características. A articulação desses recursos proporciona ao leitor ou à
leitora uma experiência estética particular. Veja as seguintes frases:
- Havia uma pedra no meio do rio.
- Este menino ainda pode ser salvo.
- Essas informações podem aparecer de um jeito
diferente, mais literário, mais poético. Leiam novamente os textos e
procurem identificar nos trechos os fatos descritos nas frases
apresentadas. São eles:
- “E uma pedra que aflorava no meio do rio”
- “Mas este cá ainda pode ser salvo”.
- Existem alguns recursos, algumas formas de dizer
que tornam singulares os fatos escolhidos pelos autores. Observe os
quadros “Manoel de Barros – O Lavador de Pedra” e “João Ubaldo Ribeiro –
Memória de livros”, e vejam nos textos lidos as frases correspondentes, ou
seja, a forma como o autor narrou esses fatos.
- Para criar seus textos, veja que recursos
linguísticos foram utilizados pelos autores: figuras de linguagem,
empregaram expressões características de determinada região, também
fizeram uso de expressões típicas da oralidade informal. Nesse caso, o uso
dessas expressões foi intencional e adequado para o contexto.
Para saber mais
Uso de alguns recursos linguísticos
em O Lavador de Pedra
A) “Meu avô
ganhou o desnome de Lavador de Pedra.”
Trata-se de um
neologismo ou criação de palavra nova. O autor utilizou-se do prefixo des, que
tem o sentido de negação, para criar um outro nome, ou seja, desnome seria o
não nome, o outro nome, diverso do de batismo.
B) “Dali ele
via os meninos rodando arcos de barril ao modo que bicicleta. Via os meninos em
cavalo-de-pau correndo ao modo que montados em ema. Via os meninos que jogavam
bola de meia ao modo que de couro. E corriam velozes pelo arruado ao modo que
tivessem comido canela de cachorro.”
Aqui é tratada
a comparação, que estabelece uma relação de semelhança entre elementos, por
meio de termos comparativos, entre os quais: como, qual, feito, que nem,
parece. Os escritores costumam utilizar comparações, estabelecendo relações de
sentido ora previsíveis, ora inesperadas, entre as palavras.
Você
também pode assistir ao vídeo do Canal Futura com a turma sobre as figuras de
linguagem.
Para saber mais 2
Uso de alguns recursos linguísticos
em “Memória de livros”
A) “[…] e não
vou deixar que tuas maluquices o infelicitem.”
Nessa fala da
avó, em que ela usa a segunda pessoa do singular para se dirigir ao filho,
substitui-se o filho (tu) por uma caracterização que o representa (“tuas
maluquices”). A figura é a metonímia, o uso de um pormenor de uma pessoa no lugar da
própria pessoa.
B) “[…] tirava
um bolo de dinheiro do bolso e nos mandava comprar umas coisitas de ler.”
Essa passagem
sugere que havia tanto dinheiro no bolso do avô que aquele monte de notas
formava um bolo. Essa afirmação exagerada é chamada de hipérbole.
C) “Passar
bem, senhor doutor.”
A fala da avó,
ao despedir-se do filho depois de ter uma discussão com ele, sugere que ela lhe
deseja o contrário do que está dizendo: em vez de passar bem, passar mal. O
modo como chama o filho, de senhor doutor, é muito formal e também indica que
ela está ironizando o fato de ele se achar muito sabido. Esse recurso, pelo
qual se diz o contrário do que pensamos, é chamado de ironia.
Observação: Envie as suas respostas
para o e-mail da sua professora:
Débora
Pontes: debora.pontes@educacao.fortaleza.ce.gov.br
Tia é pra fazer estou tudinho ?
ResponderExcluirTia eu já tinha enviado para a tia na aula olaine pelo email
ResponderExcluir
ResponderExcluir1) O avo que lavava pedras
2) Lembranças de crianças
3) Porque ninguém comprava nada dele mais
4) andarilhos
5) Ele ia da escola pra casa dos avos dele
6) Não era um pouco diferentes
7) Eles amavam brincar com seus primos
8) Avia um menino no meio do rio
9) Uma pedra surgiu no meio do
10) rio Lembrando do seu avo que lavava pedras
11) Mais esse garoto ainda pode ser salvo
12) Escrevendo um livro sobre ele
13) Apelido
14) Exagero
15) Significa o contrario passar mal
Talison Kauan lima oliveira
Tia ja fiz .
ResponderExcluirTia eu já fiz e enviei para o email da senhora
ResponderExcluirMaria Eduarda Nascimento serafim
ResponderExcluir2:Escrevendo seus contos
3:A pedra lisa
B)A pedra Lisa que seu avô lavava todo dia
C)A venda
D)ele o avô,andarilhos,boideiros,mãe,meninos
E)O avô ficava debaixo da árvore do lado de fora
F)Sim.Arruado,desnome,musgo
Texto 2
A)de sua casa para casa de sua vó
B)Não,na casa da vó ele ler vários livro E na casa dele ele não ler
C)ambos falam do avô e de suas infância
Victória Shayane
ResponderExcluir6°B 21/05/2021
2:Escrevendo seus contos
3°
A)R:pedra lisa
B)R:A pedra Lisa que seu avô lavava todo dia
C)R:A venda
D)R:ele o avô,andarilhos,boideiros,mãe,meninos
E)R:O avô ficava debaixo da árvore do lado de fora
F)R:Sim.Arruado,desnome,musgo
Texto 2
A)R:de sua casa para casa de sua vó
B)R:Não,na casa da vó ele ler vários livro E)R:na casa dele ele não ler
C)R:ambos falam do avô e de suas infância
Francisco Gustavo Gameleiras Rebouças da silva ( 6 ano b )
ResponderExcluir(2) Escrevendo seus contos
(3) A pedra lisa
(B)A pedra Lisa que seu avô lavava todo dia
C)A venda
(D)ele o avô,andarilhos,boideiros,mãe,meninos
(E)O avô ficava debaixo da árvore do lado de fora
(F)Sim.Arruado,desnome,musgo
Texto 2
(A)de sua casa para casa de sua vó
(B)Não,na casa da vó ele ler vários livro E na casa dele ele não ler
(C)ambos falam do avô e de suas infância
6°c
ResponderExcluir1) o autor nos apresentavam com seus pequenos contos que narram uma infância criada pelo poeta.
2) a parte que as garças cuspe e mata o nascedouro com o ácido do seu cuspe
3) Por que ninguém comprava nada dele
4) andar nhas e o avô lavador de pedra
5) eu entendi que ele morreu e foi enterrado debaixo do pé de Jatobá
6) não
7) eles adoravam brincar com seus primos
8) tinha um menino no Rio
9) uma pedra surgiu no meio do rio
10) o rio lembra o seu avô que lavava a pedra
11) mas esse garoto ainda pode ser salvo
12) escrevendo um livro sobre ele
13) apelido
14) exagero
Miguel cardoso de oliveira