Postagem Em Destaque

9°Ano: Laboratórios 17/09

terça-feira, 7 de setembro de 2021

7°Ano: Geografia 08/09

 

REDES E ESPAÇO GEOGRÁFICO

 

 

palavra rede nos remete à ligação. Ligação de pontos, lugares, pessoas, países, empresas, governos etc. Seu uso é amplo: rede de água, rede coletora de esgoto, rede de energia elétrica, rede urbana, rede de comunicação  (rádio, televisão, telefonia fixa e móvel, internet), rede de transporte (rodoviário, ferroviário, hidroviário, aéreo, dutos etc.). Rede é, portanto, um sistema integrado de fluxos — de mercadorias, informações, mensagens, abastecimento de água, entre outros. No mundo atual, encontram-se áreas de maior e menor concentração de redes. Assim, os espaços geográficos se diferenciam não somente quanto às características naturais (relevo, clima, solo etc.),

Carregando…

PLANEJAMENTO

 

 

 

Ao planejarem se instalar em determinado local, as empresas procuram saber previamente se há infraestrutura de redes que possam servir para comunicação, transporte de matérias-primas e mercadorias e para o acesso de seus funcionários. Se essas redes são inexistentes ou deficientes, as empresas evitam instalar-se ali, pois isso poderia prejudicar seu funcionamento e reduzir sua eficiência comercial, científica, tecnológica etc.

 

A CONFIGURAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Quando, em Geografia, nos referimos à “configuração territorial”, ela corresponde ao conjunto e à distribuição espacial das criações humanas ou da sociedade que foi incorporado ao quadro físico ou natural de um espaço geográfico. Por exemplo, os campos de cultivo, indústrias, redes de transporte e de comunicação etc. De maneira geral, a distribuição desses elementos reflete a concentração populacional, a concentração de renda e o dinamismo econômico de algumas regiões. Historicamente, é importante salientar que até os anos 1950 o espaço geográfico brasileiro se configurava como um verdadeiro “arquipélago econômico”, ou seja, predominavam “ilhas” ou porções do espaço com maior dinamismo econômico, e outras de baixa atividade econômica. Entre elas havia, de modo geral, pouca articulação ou integração.

Carregando…

 

 

AS FERROVIAS E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO 

MODERNAS

 

Quanto à implementação das ferrovias e dos meios de comunicação modernos(telefonia fixa e móvel, internet etc.) e suas contribuições na configuração territorial, isso ocorreria mais tarde, sobretudo a partir dos anos 1990,.Se por um lado era necessária a integração rodoviária da Amazônia e do Centro-Oeste aos territórios das demais regiões brasileiras, por outro, causou impactos ambientais e sociais: desmatamentos, desterritorialização de povos indígenas, pequenos agricultores, quilombolas, povos da floresta (castanheiros, seringueiros etc.), além de provocar conflitos com povos indígenas que se opunham a perder seus territórios ou vê-los invadidos.

 

 

REDE FERROVIÁRIA

 

No ano de 1954 — ou seja, dois anos antes da implantação de grandes indústrias montadoras de automóveis no país —, a extensão da rede ferroviária brasileira era de cerca de 38 mil quilômetros (figura 15). A Argentina, com área territorial que corresponde a cerca de um terço do território brasileiro, possuía 42 mil quilômetros de ferrovias, e os Estados Unidos, com área semelhante à do Brasil, possuíam mais de 320 mil quilômetros de vias férreas e já tinham realizado, desde o final do século XIX e início do XX, a ligação ferroviária do litoral do Oceano Atlântico até o Pacífico, integrando o território de leste a oeste. Além da pequena extensão ferroviária, as linhas férreas brasileiras eram periféricas, concentradas espacialmente e não integravam todo o território. Considerando que, nessa época, a economia brasileira tinha por base a exportação de bens primários (produtos agrícolas, minérios etc.), as ferrovias foram construídas com o objetivo de ligar áreas de produção e escoar produtos até os portos marítimos, de onde eram exportados (portos de Santos, Rio de Janeiro, Vitória etc.). Fazia exceção a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, hoje denominada Ferrovia Noroeste, que já ligava os municípios de Bauru (SP) e Corumbá (MS), na fronteira com a Bolívia.

 

MAPA: REDE FERROVIÁRIA 1954

 

AS FERROVIAS NOS DIAS ATUAIS

O Brasil chegou ao ano de 2016, com 30.576 quilômetros de ferrovias, extensão menor que em 1954, pois desde então foram desativadas linhas que perderam importância econômica ou que davam prejuízos em virtude da falta de modernização, da morosidade no transporte e da concorrência das rodovias. Somente nos anos de 1990 a atenção governamental voltou-se para as ferrovias. Isso ocorreu por causa da necessidade de transportar produtos agrícolas (soja, milho, algodão etc.) e minérios em decorrência da expansão das fronteiras agropecuária e mineral em direção às regiões Centro-Oeste e Norte e ao estado do Maranhão. Observe as figuras 16 e 17. Apesar dos avanços nos últimos anos, o Brasil ainda apresenta baixa densidade de rede ferroviária em relação ao território: 3,4 quilômetros de linha férrea por mil quilômetros quadrados de território; enquanto outros países apresentam redes ferroviárias mais densas, a exemplo da Argentina, com 12; França, com 60; Japão, com 62; Alemanha, com 130; e Estados Unidos, com 34 quilômetros de linha férrea por mil quilômetros quadrados de território. Vê-se assim que, no Brasil, a densidade ferroviária é baixa, e a rede ferroviária não integra completamente o território nacional.

MAPA: REDE FERROVIÁRIA  2017 

 

REDE AQUAVIÁRIA

As aquavias ou hidrovias, isto é, os rios,lagos, mares e oceanos também representam um importante papel na integração do território por meio do transporte de passageiros e cargas. De modo geral, para o transporte de cargas, esse é o modo de menor custo, pois com um litro de óleo diesel, transporta-se uma carga de 575 toneladas por um quilômetro, enquanto, na rodovia, esse volume de combustível transporta 30 toneladas de carga e, na ferrovia, 125 toneladas. É por essa razão que muitos países do mundo têm investido na adaptação de suas vias fluviais para torná-las navegáveis, por meio da construção de canais, desvios de cursos de água, barragens, eclusas (figura 18), além de outras medidas (veja na página 272 a representação de uma eclusa e a explicação sobre seu funcionamento).

Carregando…

 

AQUAVIAS INTERIORES

rede hidrográfica brasileira possui uma extensão de 41.635 quilômetros — extensão maior que a linha do Equador, que possui cerca de 40.000 quilômetros. De toda a rede hidrográfica brasileira, 22.037 quilômetros são economicamente navegáveis, ou seja, podem ser utilizados economicamente para o transporte de cargas e passageiros. Essas hidrovias estão distribuídas pelo território conforme mostra o mapa da figura 19

 

 

Cerca de 80% das hidrovias (ou aquavias) navegáveis localizam-se na Bacia Amazônica, onde predominam rios de planície — o que facilita a navegação. Essa bacia ocupa grande parte da Região Norte, região brasileira com a menor rede de rodovias e ferrovias. Assim, o desenvolvimento econômico regional depende das hidrovias, da criação e da manutenção de portos fluviais (figura 20). Observe a tabela 2. Especialistas em transporte têm defendido que o transporte realizado por mais de uma modalidade — intermodal —, combinando trechos por rodovia, ferrovia ou hidrovia, deveria ser ampliado na Amazônia e em outras regiões do Brasil, como já é realizado na região Centro-Oeste e largamente em outros países. Assim, ocorreria efetivamente uma integração espacial e territorial, beneficiando a circulação de pessoas (com incentivo ao turismo) e de produtos (soja, milho, algodão, minérios, mercadorias industriais etc.). Porto de Manaus. AM (2017).

HIDROVIAS OU AQUAVIAS


Nenhum comentário:

Postar um comentário